O que o casal disse à polícia sobre canil de Lulus da Pomerânia em Limeira

Detidos na última quarta-feira (13/04) em Limeira após ação policial que descobriu um canil com 134 cães em situação de maus-tratos, os dois responsáveis pela chácara que abrigava os animais, localizada em estância na região do Jd. Palmeira Real, foram ouvidos pela Polícia Civil. Eles negaram as acusações.

O DJ teve acesso aos depoimentos, prestados à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) diante do delegado Leonardo Burguer, sob acompanhamento de advogados. O empresário, de 52 anos, afirmou que mora no local faz seis anos e trabalha com venda de produtos para animais. A respeito do mau cheiro, motivo que levou moradores a denunciarem o abrigo à Prefeitura de Limeira, ele disse que o odor “é relativo” e não o incomoda.

O homem relatou que os animais – 131 cães da raça Lulu da Pomerânia, um pastor belga, dois cães da raça lhasa apsu e mais quatro gatos persas – ficam presos somente quando ele e a esposa saem do local, sendo soltos assim que retornam.

Disse que os animais são bem tratados com as melhores rações e vermífugos e apenas três precisavam de tosa. Narrou que possuem cerca de 40 animais, quantidade inferior à apreendida, e que todos estavam bem alimentados. Negou a existência de maus-tratos aos animais. Informou que só dois estão com microchip e alegou que é difícil obter o dispositivo no setor público.

Os animais localizados na chácara foram distribuídos a entidades protetivas, que atuarão na condição de fiéis depositárias da Justiça: Associação Limeirense de Proteção aos Animais (Alpa), Grupo de Proteção aos Animais Carentes (GPAC) de Limeira; ONG “Animais Têm Voz” e ONG “Anjos de Rua”.

A esposa, de 47 anos, relatou ser vendedora e lembrou que, em 2015, o abrigo passou por uma fiscalização surgida a partir de uma desavença – não detalhada – e que nada foi encontrado de irregular. Disse não entender sua condução até a delegacia, uma vez que, segundo ela, cuida bem dos animais, cerca de 60 – número também inferior ao constatado pela polícia.

A mulher afirmou que os animais são bem tratados e citou que alguns precisavam de tosa e banho. Disse que o cheiro é decorrente da quantidade de pets e limpa o local todos os dias – por conta do grande número de animais. Afirmou que os alimenta bem, com ração “Premier”, com despesa de R$ 4 mil por mês.

Ao delegado, sustentou que possui um veterinário que “vez em quando, comparece no local, faz castração, consultas, vacinas e atestados de saúde”. O CNPJ pertence ao marido e a empresa vende ração e produtos para pets pela internet. Ela negou a prática de venda dos cães, mas afirmou que “por vezes vendem para quem procura, ficando com animais porque gosta muito deles”.

A mulher explicou que fez um curso de banho e tosa e cuida dos animais. Relatou que dez cães já estavam tratados e que faltariam “talvez uns 10”.  Apontou que, enquanto cuida das pelagens, é o marido quem limpa o local. Negou que os cães tivessem pulga ou carrapato e finalizou o interrogatório dizendo que consideravam o local pequeno e procuravam um lugar maior para abrigá-los.

Os depoimentos estão anexados no inquérito policial que apura crime prevista no artigo 32, § 1º-A, da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais). O casal foi preso em flagrante e, na quinta-feira (15/04), a Justiça de Limeira concedeu liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 15 mil cada. O pagamento foi comprovado nesta sexta-feira (15/04).

Fotos: Wagner Morente/GCM Limeira

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