Greve de servidores em Limeira encerra semana sem acordo; conciliação ocorre na segunda-feira

A greve no funcionalismo público de Limeira, iniciada na terça-feira (19/3), encerrou a semana sem previsão de término. Na mesa de negociação nesta sexta-feira (22), a Prefeitura apresentou nova proposta, que foi rejeitada em assembleia pelos servidores. Na segunda-feira (25), está prevista audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsel), o Executivo propôs aumentar o vale-alimentação de R$ 39 para R$ 40 para quem já recebe o benefício. Aos servidores que recebem salário de até R$ 2,1 mil, a proposta foi de R$ 750 no benefício. Contudo, o Município não abre discussão para ampliar o vale-alimentação para todos os servidores, uma das pautas principais da categoria.

Os servidores pleiteiam reajuste de 12% no piso, vale-alimentação para todos e um plano de recuperação das perdas salariais no piso do magistério, que está em 26%. Com a rejeição da proposta, a greve está mantida para a próxima semana.

O sindicato enviou ofício ao Executivo informando a decisão da assembleia e pede que o governo se sensibilize com a população e demais servidores, com uma nova mesa antes das 10h de segunda-feira. Caso contrário, haverá nova assembleia após a audiência de conciliação no TJSP, marcada para 16h.

Apoios e reivindicações

A União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL) declarou apoio ao movimento, em nota assinada por 12 sindicatos locais. O movimento também recebeu apoio do Sindicato dos Bancários de Limeira, Oposição Metalúrgica e Federação dos Trabalhadores dos Serviços Públicos (Fetam/SP).

A Prefeitura entrou com a ação no TJSP demonstrando preocupação com a paralisação diante da decretação de emergência pública em relação à dengue e conseguiu liminar que determina que 70% dos servidores públicos municipais permaneçam em atividade, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, em caso de descumprimento. A audiência de conciliação foi marcada para segunda-feira, às 16h.

Os quatro dias de paralisação foram marcados por passeatas pacíficas nas vias internas do Edifício Prada, com protestos diante da falta de avanço nas negociações. O sindicato compilou valores oferecidos de vale-alimentação em cidades da região: Americana (R$ 820); Campinas (R$ 1.570), Iracemápolis (R$ 800); Jundiaí (R$ 968); Monte Mor (R$ 850); Nova Odessa (R$ 909,65); e Rio Claro (R$ 850). Nestas cidades, todos os servidores recebem o benefício.

Outro lado

Questionada sobre a quantidade de servidores na paralisação, a Prefeitura informou que o movimento é flutuante, confundindo-se com o público usual e pessoas externas. Assim como o sindicato, não foi divulgada estimativa.

Segundo o Executivo, o limite de 70% determinado pela Justiça não é cumprido. “Visto que algumas escolas estão fechadas, onde o serviço público não está sendo mantido, onde deveria ter no mínimo 70% dos servidores do local para não paralisar o atendimento à população, visto que trata-se de serviço essencial”, diz a nota.

Após a rejeição da proposta nesta sexta-feira, o Executivo diz que aguardará a audiência de conciliação na TJSP. A nota finaliza explicando que a questão salarial já foi resolvida no ano passado, onde se previu aumento pela inflação mais 2% de ganho real, conforme negociação com os sindicatos, em razão de 2024 ser ano eleitoral e haver limitações técnicas.

Foto: Sindsel

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