Defesa quer prisão domiciliar à investigada em Limeira no homicídio de Cebola

A defesa da mulher investigada no homicídio de Tiago Alessandro Camillo, de 40 anos, que era jogador de futebol e popularmente conhecido como “Cebola”, cujo corpo foi encontrado num carro carbonizado no início do mês, no Jardim Lagoa Nova, recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e requereu, com pedido de liminar, que seja concedida a prisão domiciliar dela. O homem tido como autor dos disparos está foragido.

No habeas corpus, a advogada Brenda Lombardi, que atua na defesa da investigada, menciona constrangimento ilegal na prisão temporária da mulher, que, segundo ela, foi obrigada e coagida pelo homem foragido a permanecer no local do crime. “Ela não ostenta quaisquer das hipóteses situadas na legislação adjetiva penal, as quais, nesse ponto, poderiam inviabilizar o pleito em questão. Inicialmente, as justificas apresentadas para a decretação da prisão são infundadas e inverídicas. O magistrado a quo, ao declinar os motivos, analisa o mérito dos fatos, sem possibilitar qualquer contraditório e ampla defesa, princípios já elencados na Constituição Federal”, menciona.

Para fundamentar o pedido de prisão domiciliar, a advogada descreve que a investigada é mãe solo de uma criança de 9 anos, primária, de bons antecedentes e mantenedora do lar. “Ela ainda se submete ao uso de remédios controlados para finalidade de auxiliar sua saúde mental”, completou.

Brenda aponta que a investigada e o homem foragido mantiveram relacionamento por volta de sete meses que, por muitas vezes, foi rompido. No pedido ao TJSP, ela descreve que o homem foragido tinha personalidade agressiva e fazia constantes ameaças contra a investigada. “Contudo, nunca registrou queixa, ante a violência doméstica e o temor que carregava. No dia dos fatos, eles não mantinham o relacionamento amoroso”, mencionou.

Sobre o caso apurado, a defesa alega que a investigada estava sendo agredida e ameaçada pelo foragido no interior de um bar, quando houve e intervenção de Tiago, que foi morto na sequência. A advogada anexou no pedido um comunicado de ocorrência da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil, que confirma o relato. Outro investigado no caso, e que encontra-se preso, também testemunhou inicialmente que ele e a investigada foram ameaçados e coagidos a permanecerem no local do crime. Uma carta do filho da mulher presa também foi juntada aos autos e, nela, a criança descreve a violência contra a mãe. “É evidente que ela foi coagida a presenciar os fatos e a manter o silêncio quanto ao crime cometido, ante as ameaças que a mesma, seu único filho e família vinham suportando”, concluiu.

O CASO
O corpo de Tiago Alessandro Camillo foi encontrado no porta-malas de um automóvel no dia 1º de julho. A vítima estava amarrada e automóvel foi completamente carbonizado.

Após o crime, policiais identificaram que os disparos que mataram Tiago ocorreram dentro de um bar e a Polícia Civil pediu a prisão de três pessoas: do comerciante (foragido), da mulher e outro investigado. Os dois últimos alegam que não têm envolvimento com o homicídio, mas que foram coagidos a permanecer no local do crime. O caso segue em investigação.

Foto: Reprodução Redes Sociais

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