Câmara de Limeira aprova moção contra declaração de Lula sobre Israel

Os vereadores de Limeira aprovaram, na sessão desta segunda-feira (19/2), moção de protesto contra declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a reação de Israel aos ataques do Hamas na Faixa de Gaza. As afirmações foram feitas neste domingo (18). A moção foi proposta pelo vereador Nilton Santos (Republicanos) e aprovada por 12 votos contra 1 (assista o vídeo no final da reportagem).

“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente, conforme relatado pelo vereador. A declaração foi feita durante entrevista a jornalistas no hotel em Adis Abeba, capital da Etiópia.

A comparação foi repudiada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que reagiu: “Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fá-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, escreveu o político.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticou Lula pelas declarações sobre operações israelenses na Faixa de Gaza e o corte de ajuda humanitária a habitantes da região. Ele declarou Lula “persona non grata”.

Segundo Nilton, declarações como as do presidente Lula não contribuem para a resolução do conflito, mas servem para inflamar ainda mais as tensões. “O papel dos líderes mundiais deveria ser o de condenar a atuação de grupos terroristas, defender a soberania, o direito de defesa de nações ofendidas, e não o de perpetuar narrativas que distorcem a realidade e impedem a construção de pontes para a paz”, escreveu na moção.

No plenário, ele classificou a fala de Lula como absurda. Jorge de Freitas (PSD) também discursou e disse que o Brasil deveria ter mais cuidados com declarações sobre Israel. Sidney Pascotto (PSC), o Lemão da Jeová Rafá, disse que a comparação com o Holocausto só “poderia vir de uma pessoa que nunca leu nada, não entende nada” e considerou a declaração como “vergonha”.

Anderson Pereira (PSDB) disse não se surpreender com a fala de Lula e criticou alianças com ditadores e extremistas. Dr. Júlio (União Brasil) disse que o presidente não representa a maioria da população. Elias Barbosa (PSC) também reprovou a manifestação do presidente e disse que houve desrespeito a memórias dos judeus mortos pelo regime de Adolf Hitler.

Izabelly Carvalho (PT), único voto contrário à moção, fez o contraponto e citou que Israel matou, em 130 dias, 30 mil pessoas e, destas, 12 mil eram crianças. “Não adianta utilizar qualquer incidente para atacar o presidente”, disse. A parlamentar defendeu que romper com o Estado de Israel é o mais ético neste momento. “O que acontece na Palestina é genocídio”, disse.

Posição de Lula

No domingo, Lula criticou os cortes na ajuda humanitária à Palestina anunciado nas últimas semanas por diversos países. Em viagem à Etiópia, o líder brasileiro voltou a classificar como “genocídio” as ações militares perpetradas por Israel na Faixa de Gaza. “Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, lamentou Lula.

O presidente garantiu que o Brasil fará novo aporte de recursos para ações humanitárias na região. Afirmou que o Brasil vai defender na ONU que o Estado palestino seja reconhecido definitivamente como Estado pleno e soberano.

Com informações da Agência Brasil

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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