Um caso insólito foi registrado nesta quinta-feira (26/08) na Câmara Municipal de Limeira. Os vereadores Francisco Maurino dos Santos (Republicanos), o Ceará, Waguinho da Santa Luzia (Cidadania) e Helder do Táxi (MDB) protocolaram uma Moção de Protesto, como tantas outras já apresentadas na Casa se não fosse por um destino não usual: um próprio colega, Dr. Júlio César Pereira dos Santos (DEM).
Os vereadores, que integram a Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara, ficaram irritados com a postura de Dr. Júlio após este ter feito uma representação ao Ministério Público (MP) para apuração da reprovação de radares, caso que foi revelado e está sob acompanhamento da comissão.
Ao acionar o MP, Dr. Júlio pediu instauração de inquérito com consequente pedido para anular as eventuais multas aplicadas pelos radares – Prefeitura, Ipem e a empresa que opera os equipamentos negam qualquer prejuízo a motoristas.
No entendimento do trio de vereadores, o colega comprometeu as próprias reuniões da Comissão de Obras a respeito do assunto. “O vereador, ao se utilizar de dados, análises de investigação e estudos proporcionados por quaisquer comissões desta casa, atenta contra a ordem das reuniões de comissão, dificultando assim seus trabalhos, contrariando assim o que dispõe o Art. 11, IV, da Resolução nº 341, de 19 de fevereiro de 2008, o Código de Ética Parlamentar”, citou na moção.
A moção deve ser lida e vai para votação no plenário. Caso seja aprovada, os parlamentares pediram que uma cópia seja enviada ao Ministério Público (MP) e ao corregedor da Câmara, Nilton Santos (Republicanos).
“Não irão me calar”, diz dr Júlio
Por meio de nota, o vereador dr Júlio se manifestou sobre a moção: “Não apenas como vereador, mas como cidadão, senti a necessidade de buscar meios contra possíveis abusos de forma imediata. Sempre trabalhei em defesa dos cidadãos e vou continuar a fazê-lo. Considero uma tentativa baixa de calar a minha voz. Meu mandato está incomodando algumas pessoas e alguns grupos de interesses. Não irão me calar”, finaliza.
Foto: Câmara Municipal de Limeira
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