Caso Cebola: MP de Limeira apresenta denúncia e acordo sobre ocultação e destruição de cadáver

O Ministério Público (MP) de Limeira ofereceu, nesta quarta-feira (04/10), denúncia à Justiça contra E.L.F., de 36 anos, pela acusação de ocultação e destruição do cadáver de Tiago Alessandro Camillo, o Cebola, técnico de refrigeração e conhecido jogador de futebol amador em Limeira, assassinado em 2 de julho de 2022. Já a amiga da vítima receberá a oferta de acordo de não persecução penal (ANPP) que, se aceito, evitará a abertura de processo pelo mesmo crime.

É a segunda ação penal movida no caso. A primeira foi contra o acusado de ser o autor do homicídio, o dono de bar V.T.S., de 38 anos. Em abril deste ano, o DJ mostrou que o processo contra V., que está com a prisão preventiva decretada, foi suspenso em razão de seu paradeiro desconhecido. A ação penal passou a tramitar em sigilo.

O caso teve grande repercussão quando o corpo de Cebola, de 40 anos, foi encontrado carbonizado dentro de um carro naquela madrugada, na Av. Dr. Antônio de Luna, no Jd. Aeroporto. A apuração indicou que ele foi morto a tiros.

Cebola e uma amiga, J.L.S.S., eram colegas desde a infância e sempre se encontravam em bares, o que era desaprovado por V., ex-namorado da mulher. Na sexta-feira 1º de julho, Cebola e ela se reuniram com outros amigos em um bar próximo do estabelecimento de propriedade de V., no Ernesto Kühl.

Por volta das 23h, Cebola e J. deixaram o local e pararam em frente à casa da mulher, onde conversavam. Ao lado, fica o bar de V., que viu os dois e os chamou para conversar. Eles entraram e fecharam o portão do estabelecimento. Pessoas chegaram a ir até o bar e bateram na porta, mas a mulher disse que estava tudo bem.

Foi quando V. sacou uma arma e disparou contra Cebola, que morreu na hora. Diante do corpo, V. pediu auxílio a uma terceira pessoa, E., para ocultar o corpo, oferecendo-lhe R$ 50. Com ajuda desta pessoa, V. escondeu o corpo no próprio Honda Civic de Cebola, encoberto com um lençol no porta-malas.

Segundo a denúncia, a mulher foi ameaçada por V., buscou seu Fiat Palio e acompanhou o ex-namorado conduzir o carro de Cebola até a Av. Dr. Antônio de Luna. Ali, V. ateou fogo no veículo, que se incendiou e chamou a atenção de moradores.

Na sequência, V. entrou no Pálio. A mulher levou o ex-namorado e E. para suas residências. O dono do bar não foi mais visto. Com as chamas, a Polícia Militar encontrou o Honda Civic e o corpo de Cebola.

Em relação ao dono de bar, a promotora pediu à Justiça que ele seja levado a júri popular pela acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (em razão de ciúmes com a conversa de Cebola e a ex-namorada) e sem chance de defesa à vítima), além do crime de ocultação de cadáver. Já a mulher e E. tiveram os casos desmembrados.

ANPP para amiga

A denúncia contra E. por ocultação de cadáver foi apresentada pela promotora substituta Raissa de Oliveira Martins Domingos, já que o acusado tinha sido beneficiado por transação penal em processo anterior e, desta forma, não preenchia os requisitos para o acordo de não persecução penal.

Já a amiga de Cebola deve receber o benefício. Para evitar a abertura de processo penal também por ocultação e destruição de cadáver, J. terá de confessar o crime, fazer o pagamento no valor de dois salários mínimos e não alterar endereço nem telefone sem comunicação prévia à Justiça.

Tanto a denúncia quanto a oferta do ANPP serão analisadas pela 1ª Vara Criminal de Limeira.

Foto: Pixabay

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