Acusado de matar Cebola segue foragido e Justiça de Limeira suspende processo

O juiz da 3ª Vara Criminal de Limeira, Rafael da Cruz Gouveia Linardi, decidiu suspender o processo criminal aberto contra o dono de bar V.T.S., 38 anos, pelo homicídio de Tiago Alessandro Camillo, o Cebola, técnico de refrigeração e conhecido jogador de futebol amador em Limeira. V. está foragido e com mandado de prisão preventiva expedido.

A ação penal foi aberta em agosto passado. V. foi procurado em diversos endereços indicados pelo Ministério Público (MP), foi citado por edital, mas não atendeu ao chamamento judicial e não constituiu advogado para se defender da acusação. Com isso, o magistrado atendeu o pedido da Promotoria e suspendeu a ação em despacho assinado na última quarta-feira (29/03).

Com a medida, o prazo de prescrição também fica suspenso. O juiz determinou que o cartório faça os cálculos prescricionais. Durante este período de suspensão, o MP pode indicar novos endereços para localização do acusado. A cada 12 meses, os sistemas judiciais são vasculhados com o intuito de obter algum indicativo de referência de localização do réu.

Como foi o crime

O caso teve grande repercussão quando o corpo de Cebola, de 40 anos, foi encontrado carbonizado dentro de um carro na madrugada de 2 de julho de 2022, na Av. Dr. Antônio de Luna, no Jd. Aeroporto. A apuração indicou que ele foi morto a tiros.

Cebola e uma amiga, J.L.S.S., eram colegas desde a infância e sempre se encontravam em bares, o que era desaprovado por V., ex-namorado da mulher. Na sexta-feira 1º de julho, Cebola e ela se reuniram com outros amigos em um bar próximo do estabelecimento de propriedade de V., no Ernesto Kühl.

Por volta das 23h, Cebola e J. deixaram o local e pararam em frente à casa da mulher, onde conversavam. Ao lado, fica o bar de V., que viu os dois e os chamou para conversar. Eles entraram e fecharam o portão do estabelecimento. Pessoas chegaram a ir até o bar e bateram na porta, mas a mulher disse que estava tudo bem.

Foi quando V. sacou uma arma e disparou contra Cebola, que morreu na hora. Diante do corpo, V. pediu auxílio a uma terceira pessoa, E.L.F., para ocultar o corpo, oferecendo-lhe R$ 50. Com ajuda desta pessoa, V. escondeu o corpo no próprio Honda Civic de Cebola, encoberto com um lençol no porta-malas.

Segundo a denúncia, a mulher foi ameaçada por V., buscou seu Fiat Palio e acompanhou o ex-namorado conduzir o carro de Cebola até a Av. Dr. Antônio de Luna. Ali, V. ateou fogo no veículo, que se incendiou e chamou a atenção de moradores.

Na sequência, V. entrou no Pálio. A mulher levou o ex-namorado e E. para suas residências. O dono do bar não foi mais visto. Com as chamas, a Polícia Militar encontrou o Honda Civic e o corpo de Cebola.

Em relação ao dono de bar, a promotora pediu à Justiça que ele seja levado a júri popular pela acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (em razão de ciúmes com a conversa de Cebola e a ex-namorada) e sem chance de defesa à vítima), além do crime de ocultação de cadáver. Já a mulher e E. tiveram os casos desmembrados e ainda podem responder por ocultação de cadáver.

Foto: Reprodução

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.