Por Fábio Henrique Pejon
Foram 14 dias de muita angústia, apreensão e tensão, mas também de muita fé e esperança. Fui diagnosticado com a Covid-19 no dia 3 de maio, após ter apresentado, desde 29 de abril, sintomas compatíveis com o vírus.
A partir daí, iniciei o isolamento domiciliar, juntamente com a minha esposa, Caroline, a qual também testou positivo, e a minha filha, Alicia. Quando recebemos a confirmação do teste, começa a passar um milhão de coisas na nossa cabeça, o que se inclui a morte.
O psicológico precisa ser muito bem trabalhado para que se tenha serenidade e sabedoria para enfrentar a doença de forma acertada, utilizando a razão e a ciência, deixando assim de lado as fórmulas milagrosas que se apresentam por aí.
Neste ponto, precisei ter muita cautela na condução com a minha filha, pois eu e minha esposa sempre manifestamos expressamente nossa preocupação com o vírus e estávamos sempre conscientizando ela da necessidade dos cuidados.
Com isso, quando disse que iria fazer o teste, pois estava com suspeita, minha filha começou a chorar e logo correu fazer um desenho do “X Covid”, ou seja, “cancelado Covid” e me entregou.
Este desenho fez parte do meu período de isolamento, sendo que o levava para dormir comigo todas as noites, se tornando meu combustível para vencer esta doença que, infelizmente, está ceifando milhares de vidas.
Após a confirmação do teste, expliquei a ela (filha) que eu havia contraído, mas que Deus, o tio Luís (Dr. Luís Eduardo Paciência) e a ajuda dela e da mamãe fariam que eu vencesse o vírus.
Resolvemos fazer o teste na minha filha, mas, graças a Deus, deu negativo, pois ela também estava apreensiva com isso, pois disse: “se eu pegar, papai, quem vai cuidar de vocês?”
Nestes 14 dias em casa, tive sintomas de leves para moderados e isso me permitiu ter uma experiência nova, qual seja, a de trabalhar em casa ao lado da minha esposa e filha.
Foi uma experiência incrível, onde consegui produzir muito mais do que se eu estivesse no escritório, que, com certeza, se deu pelo fato de estar junto da minha esposa e filha e ter tido o apoio incondicional delas.
O que posso deixar de mensagem final é para que continuem se cuidando e se protegendo, usem máscara, álcool, não se aglomerem, enfim, faça todo o necessário para não contrair este vírus, pois podem não ter o mesmo final feliz que tive.
Fábio Henrique Pejon é formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Advogado desde 2006, atuante sempre na área do Direito do Trabalho e palestrante desde 2017. Sócio da Greve – Pejon Sociedade de Advogados, escreveu esse testemunho pessoal, sobre o enfrentamento da Covid-19, a pedido do DJ
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