Pacote misterioso de maconha em cotonete que partiu de Limeira para presídio fica sem solução

O Ministério Público (MP) pediu à Justiça de Limeira o arquivamento do inquérito policial que tentou apurar a autoria do envio de um pacote com porções de maconha escondidas em cotonetes diretamente a uma penitenciária de Balbinos (SP), região de Bauru. A misteriosa encomenda partiu, via Sedex, de Limeira.

Em 23 de setembro de 2022, policiais penais da Penitenciária Gilmar Monteiro de Souza, a P2 de Balbinos, fizeram o procedimento de revista de uma encomenda que chegou pelos Correios, via Sedex, endereçada a um detento, condenado por roubo.

O pacote foi enviado no nome do irmão do sentenciado, que constava no cadastro e no rol de visitantes. Na verificação, os agentes encontraram 30 cotonetes que estavam adulterados. As hastes ocultavam porções de erva de maconha ressecadas, num total de 3 gramas. A partir do registro do boletim de ocorrência, a Polícia Civil de Balbinos instaurou inquérito para apurar crime de tráfico de drogas.

A investigação apontou que o pacote foi postado de uma agência dos Correios em Limeira. O irmão do detento, porém, negou envolvimento com o pacote. Ele argumentou que alguém utilizou seus dados e do seu irmão, pois toda a família mora em São Bernardo do Campo, e não em Limeira.

Como a encomenda partiu de Limeira, o caso foi remetido ao MP local. Em manifestação enviada à Justiça na última terça-feira (15/08), o promotor Rodrigo Alves de Araújo Fiusa pediu o arquivamento do inquérito. Segundo ele, não foi possível localizar o verdadeiro remetente e o destinatário da encomenda ilícita. Não ficou comprovado que o irmão postou o pacote ao detento.

“Ainda que [o detento] tivesse ciência de que outrem poderia utilizar os dados de seu irmão para o envio de encomendas ilícitas, o investigado não teria agido com o dolo de receber o tóxico, para fins de tráfico ilícito. Assim, em que pese a presença de elementos de prova da materialidade delitiva, ausente nos afigura justa causa, consubstanciada no suporte probatório mínimo para início da persecução penal em juízo”, escreveu o promotor.

O pedido será analisado pela 3ª Vara Criminal de Limeira.

Foto: Reprodução

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