Foi julgado nesta quarta-feira (16) em Limeira um homem que se tornou réu por tráfico de drogas. Na Justiça, no entanto, ele conseguiu provar que não era o traficante visto pelos policiais e apontou o motivo da confusão.
Em novembro de 2021, policiais militares patrulhavam nas imediações do bairro Vila Nova, se deparam com um motociclista e deram voz de parada. O motociclista não obedeceu, iniciou fuga e, no trajeto, dispensou uma mochila térmica onde havia um tablete de cocaína que pesou mais de meio quilo.
Próximo de uma mata, o traficante abandonou o veículo, entrou numa mata e fugiu. A partir da identificação da motocicleta, os policiais chegaram até o réu, que acabou denunciado pelo crime de tráfico de drogas. O Ministério Público (MP) pediu a condenação dele.
No entanto, em juízo, a história fornecida pelo réu fez mais sentido para o juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal de Limeira. Ele afirmou que, na data do crime, utilizava a motocicleta para fazer entregas e parou num salão para cortar o cabelo. No estabelecimento, uma pessoa pediu sua moto emprestada para buscar marmita e ele cedeu o veículo. Foi essa pessoa que, de acordo com ele, usou o veículo para a prática ilícita e que fugiu da PM.
Para validar a versão, a defesa arrolou três testemunhas que confirmaram o depoimento do réu. Ao analisar a ação, Lamas acolheu a tese da defesa e também considerou que os próprios policiais narraram que não conseguiram visualizar o rosto do piloto da moto que fugiu. “De fato, conforme sustentado pelo Ministério Público, toda a história causa bastante estranheza, sendo pouco crível a versão de que emprestou a motocicleta e a caixa térmica, suas ferramentas de trabalho, para um desconhecido buscar marmita em lugar também desconhecido. Não se demonstrando, porém, qualquer interesse das testemunhas ouvidas em favorecer o réu [as quais, repita-se, foram ouvidas sob compromisso], deve-se aplicar o in dubio pro reo”, citou na sentença.
O réu foi absolvido e o MP pode recorrer da decisão.
Foto: Diário de Justiça
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