O porteiro J.C.C., de 72 anos, faleceu nesta sexta-feira (10/02). Ele era réu na Justiça de Limeira pela acusação de feminicídio de sua ex-esposa Ivanete Santina Carvalho Candinho, de 52 anos. Como o DJ mostrou, ele havia obtido prisão domiciliar na última semana em razão do agravamento do estado de saúde.
Após deixar a cadeia, o idoso foi internado na Santa Casa e apresentava suspeita de tuberculose. Muito debilitado, sem condições de andar ou se alimentar sozinho, ele não resistiu e faleceu.
Com o óbito, a ação penal movida pelo Ministério Público (MP) deverá ser extinta, nos termos do artigo 107, inciso I, do Código Penal. Para que a Justiça faça extinção de punibilidade, a certidão de óbito precisa ser apresentada nos autos.
Nesta quinta-feira (09/02), o juiz Rafael da Cruz Gouveia Linardi, da 3ª Vara Criminal de Limeira, determinou que ele fosse levado a júri popular pelo crime de homicídio triplamente qualificado – cometido contra mulher, por motivo fútil e sem chance de defesa à vítima. O crime ocorreu na noite de 1º de junho em fazenda localizada na região da Rodovia Deputado Laércio Corte (SP-147/Limeira-Piracicaba).
Como foi o feminicídio?
Na denúncia apresentada pela promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti, constava que J. e Ivanete foram casados por aproximadamente 20 anos e moravam na fazenda onde trabalhavam. Eles estavam separados havia alguns meses, mas J. não aceitava o término do relacionamento.
Conforme apurado, a mulher, que trabalhava no serviço de limpeza da fazenda e vivia em moradia separada, aguardava a visita de um homem e, ao passar pela portaria, relatou o fato ao ex-companheiro. No entanto, ele impunha à Ivanete que não levasse companhias para casa. Enquanto ela conversava pelo celular com a irmã, onde reafirmava que aguardava a visita, J. armou-se com uma faca que estava na pia da cozinha e golpeou Ivanete pelas costas.
A vítima gritou à irmã, que ainda estava na linha telefônica, por socorro. Ela caiu e morreu no local. Nisso, J. tentou fugir e se embrenhou em um matagal. Parentes do ex-casal encontraram o corpo de Ivanete e solicitaram apoio da Polícia Militar. Nas buscas feitas na fazenda, J. foi localizado e preso.
Em juízo, J. relatou que Ivanete passou pela portaria dizendo que esperava um colega que pernoitaria na residência dela. Com a faca nas mãos, ele pediu respeito para aguardar que ele saísse. Como Ivanete insistiu, admitiu que desferiu a facada. Em seguida, contou aos patrões que havia matado a ex-companheira. Questionado sobre divergências em relação ao depoimento na fase policial, o idoso afirmou que não se lembra direito. Disse que nunca bateu na vítima e que não tinha intenção de fugir.
Com a morte, o processo fica prejudicado e, por consequência, o júri popular.
Foto: Reprodução
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