Limeirense que tentou aliciar atleta para mandar bola a escanteio fecha acordo

A Justiça de Limeira (SP) homologou, no final de fevereiro, acordo firmado entre Ministério Público (MP) e um homem investigado pela oferta de vantagem indevida a um jogador da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a chamada Copinha. Ele foi apontado pelo atleta como o autor de proposta para que, em determinado jogo, mandasse bolas para escanteio. Em troca, receberia depósito via PIX. Para escapar do processo, ele admitiu o crime e pagará R$ 3 mil.

O DJ mostrou o caso em setembro de 2023. O crime está previsto no artigo 41-D da Lei 10.671/2013 (antigo Estatuto do Torcedor, atualmente revogado pela Lei 14.597/23, a Lei Geral do Esporte): dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva. A pena prevista é de 2 a 6 anos de reclusão.

Em dezembro de 2022, o morador de Limeira entrou em contato com um jogador do Zumbi, time de Alagoas que iria disputar a Copinha na sede de Araraquara, interior de São Paulo. De início, ele transmitiu mensagens amistosas sobre a sua carreira e vida pessoal. Perguntou se passava por algum tipo de dificuldade, já que atuava por um clube pequeno.

Em certo momento, ele lhe ofereceu R$ 3 mil para que jogasse bolas para escanteio durante o jogo do Zumbi contra a Ferroviária, que ocorreria em 6 de janeiro de 2023, no Estádio Fonte Luminosa, em Araraquara. O jogador decidiu não prosseguir no diálogo e levou o assunto ao comando do clube alagoano.

Escanteios de uma partida de futebol são objeto de apostas esportivas. Boletim de ocorrência foi registrado, com a inclusão de prints das conversas mantidas via WhatsApp. A denúncia também chegou à Federação Paulista de Futebol (FPF) sobre possível manipulação de resultados.

À Polícia Civil, o limeirense admitiu que o telefone utilizado na conversa com o jogador era de sua propriedade, mas deixou de utilizá-lo. Sobre os fatos, ele exerceu o direito constitucional de ficar em silêncio. A própria defesa pediu ao Ministério Público (MP) análise para eventual oferta de acordo. A Justiça de Araraquara encaminhou aos autos ao Fórum de Limeira.

O promotor substituto André Mangino Alencar Laranjeiras entendeu que o limeirense preenchia os requisitos e ofertou o acordo, consistente no pagamento de R$ 3 mil, no prazo de 90 dias. A audiência ocorreu em 27 de fevereiro e o homem aceitou a proposta, homologada pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Rogério Danna Chaib.

O dinheiro será depositado em benefício a um asilo de Limeira. Caso o comprovante seja apresentado, o MP pedirá a extinção da punibilidade do investigado e o caso estará arquivado. Em caso negativo, o MP pode adotar outras providências, entre elas o oferecimento da denúncia com pedido de abertura da ação penal.

Foto: Pixabay

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