Educadores em Limeira vão receber por hora noturna de trabalho pedagógico

Decreto assinado pelo prefeito de Limeira, Mario Botion, estabelece que os profissionais da Educação vão receber pagamento pelo serviço noturno prestado durante a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) e o Horário de Trabalho Pedagógico Livre (HTPL). Os valores serão pagos de forma reatroativa a fevereiro, quando as atividades tiveram início.

A medida atende uma demanda dos servidores da área. Em fevereiro, a Secretaria de Educação publicou a resolução que organizou as atividades, com o objetivo de estabelecer um padrão para todas as escolas.

O HTPC é o tempo estabelecido dentro da jornada de trabalho para os professores estudarem, planejarem as aulas, corrigirem as atividades dos alunos e atenderem os pais. Esse tempo equivale a um terço da jornada de trabalho do professor.

Se um professor tem uma carga horária de 36 horas/aula semanais, 24 horas são para ele estar na sala de aula e nas outras 12 ele corrige as atividades, estuda e planeja. No mesmo exemplo, das 12 horas, seis devem ser cumpridas dentro do período de aula e três devem ser realizadas após o período de finalização. As outras três são livres. Quem tem jornada de 36 horas/aula faz o HTPC às segundas-feiras, das 17h40 até às 19h20. Já os professores da educação infantil fazem o HTPC na terça-feira.

O novo decreto estabelece que, pelo serviço prestado após as 19h, os profissionais de ensino, professores e servidores do suporte pedagógico, em exercício na unidade escolar, terão o valor da respectiva hora-aula e valor-hora acrescido de 5%. O decreto foi publicado na edição desta sexta-feira (29/06) do Jornal Oficial.

O Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsel) divulgou nota, no final da tarde, com críticas ao índice, promete mobilização e colocou o decreto no radar do setor jurídico. “É uma afronta à classe trabalhadora e as leis trabalhistas, que garantem o mínimo de 50% a mais nas horas trabalhadas”, disse Nicinha Lopes, presidente do entidade.

“A prefeitura demorou cerca de três meses para realizar o estudo, já que era uma das questões da Campanha Salarial de 2023, e acabou publicando o decreto estabelecendo os 5%, alegando ter como base o artigo 78 do Estatuto do Magistério. O SINDSEL entende a importância da formação desses profissionais e das ações tratadas durante o HTPC, mas é necessário ponderar a jornada exaustiva da categoria, bem como seus custos para realização do HTPC”, diz o entidade, que reproduziu fala de uma professora, cuja identidade não foi revelada. “Se formos colocar na ponta do lápis, esses profissionais estão pagando para trabalhar. Colocar esses 5% que demoraram três meses para sair e no fim das contas ser apenas um ‘copia e cola’ do Estatuto é um verdadeiro absurdo. A conta é tão simples que, até se oferecerem um lanche no lugar desses 5% vergonhosos, os professores ficariam em maior vantagem”.

Atualizado às 18h: inclusão do posicionamento do Sindsel

Foto: Freepik

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