Nós existimos e temos Orgulho

por Isabelly Carvalho

“Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, intersexo e não binárias: vocês existem e são valiosas para nós”. Este é um trecho do discurso de posse do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Nós, pessoas LGBT+, vivemos muitas lutas até o dia desse reconhecimento. Para nós, é motivo de muita alegria ver todo o espaço que conquistamos, embora também saibamos que ainda há muito pelo que lutar.

O Dia Internacional do Orgulho LGBT é comemorado em 28 de junho para lembrar a chamada “Revolta de Stonewall Inn” (1969), quando a comunidade LGBT+ se rebelou contra uma série de invasões da polícia de Nova Iorque, nos EUA, aos bares frequentados por pessoas LGBT+. A partir disso, ocorreram protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas. A 1ª Parada do Orgulho Gay, como era denominada na época, foi organizada no ano seguinte, 1970.

A iniciativa se espalhou e chegou ao Brasil. A Parada LGBT da cidade de São Paulo está entre as maiores do mundo, registrando público de mais de 4 milhões de pessoas nas últimas edições. Este ano, teve como tema “Políticas Sociais para LGBT+, queremos por inteiro e não pela metade”.

Em Limeira, a comunidade também é ativa nas lutas. A primeira parada do município foi organizada pelo Centro de Apoio à Diversidade (CAD) e ocorreu em 2010. Atualmente, a Associação da Diversidade de Limeira (ADLIM) é responsável pelo evento, que chega este ano em sua 9ª edição. O Coletivo Sobreviver também tem atuação no segmento.

A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara de Limeira, da qual sou presidenta, organizou a exposição “A História do Movimento LGBTQIA+”, que ficou disponível para visitação no hall da câmara na primeira quinzena deste mês. Foi possível relembrar iniciativas como as paradas LGBT+, eventos sobre a visibilidade trans, manifestações e desfiles do Bloco da Diversidade no Carnaval.

A comunidade LGBT+ de Limeira foi um dos segmentos responsáveis pela minha eleição, e me tornei a primeira vereadora trans do município. Minha atuação na Câmara Municipal é voltada a todos os trabalhadores e trabalhadoras e claro que a pauta LGBT+ tem um lugar especial.

Exemplo disso, entre outros que ainda virão, é a Lei Municipal 6.805/2022, que inclui perguntas sobre a sexualidade e transgeneridade no atendimento realizado nos serviços de saúde. Outro projeto relevante que está em tramitação é a obrigatoriedade da divulgação semestral dos índices de violência contra a população LGBTQIA+.

Iniciativas como essas garantem dados que irão subsidiar o Poder Público na elaboração das políticas sociais que o movimento reivindica. Como enfatizou o ministro, nós existimos. E como cidadãos e cidadãs que somos, temos direito a acesso à saúde, educação e cultura. E que os equipamentos públicos estejam preparados para a diversidade da existência humana.

Cada um e cada uma de nós somos únicos, e isso é maravilhoso! Feliz Dia do Orgulho para todos, todas e todes nós!

Isabelly Carvalho é vereadora de Limeira.

Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar

Foto: Divulgação/Gabinete da vereadora

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