Comentários: Uma voz interna

por Fernando Bryan Frizzarin

Na semana passada (você pode ler aqui https://diariodejustica.com.br/uma-voz-interna/), sugeri que os leitores compartilhassem suas opiniões sobre a viabilidade de desenvolver uma inteligência artificial treinada com base em nossos próprios textos, provenientes de qualquer conteúdo que compartilhamos na internet, seja em mensagens, publicações em redes sociais, artigos, entre outros. Essa IA seria capaz de assimilar nossos padrões de linguagem, gramática e até mesmo nossos pensamentos, possibilitando posteriormente interações que simulassem uma conversa consigo mesmo.

Adorei todos e apreciei cada contribuição.

Aqui estão os comentários recebidos, 16 ao todo, mantendo a ordem e sem quaisquer ajustes nos textos:

(1)
Aoba

(2)
Acho que seria uma conversa muito interessante. Muitas vezes a gente se esquece de refletir sobre nossas próprias opiniões e paradigmas, poder se ouvir falando sobre algumas questões que refletem nosso ponto de vista é uma oportunidade de questiona-los e se repensar de forma crítica

(3)
É curioso ver como uma máquina pode ter tanto conhecimento sobre como e por que estamos nos comunicando. Às vezes, parece até surreal. Quem sabe, em breve, ela até comece a se teletransportar!

(4)
Mesmo pensamento, mesmas opiniões… Seria um monólogo do eu comigo mesmo. Mais interessante que isso seria incitar uma discussão com o você mesmo de outra dimensão. Uma conversa com o eu do mundo invertido pro exemplo, com comportamentos e pensamentos diferentes, oriundos de decisões distintas das tomadas nessa vida. Como seria conversar comigo se eu não tivesse seguido por esse caminho?

(5)
Experiência surreal!! Ótima ferramenta para muitos que buscam o autoconhecimento.

(6)
Muito possivelmente conseguiria chegar a alguma conclusão sem a dor de cabeça de pensar enquanto 1000 coisas acontecem e talvez ver o que eu pensaria sem antes ter experienciado de fato algo ou não estivesse vivendo tal situação. Seria uma boa oportunidade para saber, como sou dando respostas nas mais variadas situações e a quão absurdos alguns exemplos que geralmente uso podem chegar. E, supondo que a IA responda de fato como eu, usaria para momentos de “o que eu pensaria nessa situação?” e aplicaria em momentos de reflexão interna, algo que gosto de fazer em momentos aleatórios da vida quando me questiono sobre algo considerado normal no meu dia-a-dia.

(7)
Tenho 70% de certeza que eu entraria em um ciclo de auto confirmação sobre meus assuntos pessoais quando eu precisasse de uma resposta, já que não costumo (atualmente) dizer o que a pessoa deve fazer, apenas aponto suavemente minha perspectiva.

(8)
Acredito ainda que sobre assuntos pessoais, de crença ou questões filosóficas e de auto reflexão, eu falaria muito sobre minhas experiências sem dizer que são minhas, então soaria algo meio que “entre as linhas”. Seria uma “troca” de experiência gratificante em que o nada responde o nada mas ambos se entenderiam.

(9)
Eu simplesmente iria confirmar todas as ideias malucas que as vezes tenho. Iria ter certeza que poderia pô-las em prática.

(10)
Como você se sente hoje? R. Cara, repito para mim mesma…. odeio pressão psicológica, não me faz bem, não me sentir livre, simplesmente o fato de alguém querer se impor, querer que as minhas vontades sejam condizentes com suas preferências. Não faça isso em hipótese nenhuma com ninguém. Nunca mesmo!

(11)
Como levar a vida de uma maneira mais leve? R. Pode passar o tempo que for, como é impressionante como nunca esquecemos como alguém nos tratou num momento em que mais precisávamos. Como também sempre lembraremos quem nos apoiou e quem nos deu as costas. E é a partir dessa memória que fazemos a nossa seleção natural.

(12)
Como pergunta obrigatória, eu me perguntaria sobre o por quê que as Nações Unidas, se fossem tão Unidas como em seu princípio de criação, não são tão Unidas? Não era para vivermos em um mundo onde tivéssemos paz?

(13)
Acho que seria uma conversa, onde praticamente não teria fim. Seria bem interessante.

(14)
Mudar de ideia faz parte de nossa evolução. Se com o tempo não melhoramos nossas ideias eu vejo como um forte sinal de que o tempo não está se transformando em crescimento e amadurecimento.

(15)
(Resposta do tema proposto) Olá, prazer Wyclef Jean, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na UNIP. Esta é uma pergunta que precisa levar em consideração diversas variáveis na equação que resulta na resposta da IA, uma das coisas que penso é a capacidade da IA que vou conversar, até que ponto ela pode realmente aprender e dar uma resposta sobre mim que não pareça aquelas “previsões” de signos nos jornais? Entretanto, para o exemplo, vou imaginar que a IA utilizada tem quase que “EU MESMO” dentro dela de tão inteligente que é e de tanto que ela sabe de mim. Particularmente, teríamos uma conversa que intrigasse os dois lados, o meu humano e “eu máquina”, pois tenho uma noção tão ampla de mim mesmo que até já converso sozinho e me respondo da forma que eu espero na minha mente, seria engraçado na verdade pois sou muito indeciso as vezes, eu iria fazer uma pergunta para a IA e se ela realmente for responder como eu, haverá: “hummm” e um tempo para ela decidir o que responder. Para outro ponto eu levanto o seguinte, eu sou humano, humanos esquecem e seus pensamentos podem durar breves momentos mesmo que profundos, isso vale para mim também já a máquina não (a menos que programamos para ele esquecer). Imaginando que o banco de dados da IA tem toda minha vida, experiências, pensamentos antigos, conhecimentos e etc… Isso capacita ela de computar absolutamente tudo de mim e devolver a melhor resposta que eu daria. (Desenvolvimento mais amplo sobre o tema) Se colocarmos esta ideia em uma visão otimista, como citado no artigo “Uma voz interna” de Fernando Bryan Frizzarin, ele diz que seria como um debate interno entre a pessoa e a máquina onde concordam consigo mesmas, este tipo de abordagem abre portas para tratamentos psicológicos incríveis, afinal, diversas pessoas não sabem o que querem ou o que pensar sobre determinado assunto. Pensando agora no lado pessimista, também abordado no artigo citado, dependendo da resposta poderia levar a pessoa a se desentender com ela mesma, imagine isso: uma pessoa deprimida demais com a vida decide utilizar a IA para perguntar se vale ou não a pena tirar a própria vida e baseado em toda a vida da pessoa, experiências e até sentimentos, a IA responde que “sim”. Seria algo ruim a IA responder isso? Afinal, ela fez o trabalho dela, deu a resposta que a pessoa “também” daria, (talvez seja o caso do “erro consistente”), contudo, e se a IA fosse programada para dar as respostas mais otimistas das questões? Eu creio que a IA perderia totalmente seu propósito, deixaria de ser “inteligente” e se tornaria um software de autoajuda que é forçada a cuidar de quem conversa com ela. Neste ponto também tem uma exemplificação que tange a IA, imaginemos isto: a capacidade computacional desta IA junto com uma “alma humana” (forma que usarei para exemplificar as memorias, experiencias, pensamentos e etc…) De alguma pessoa que foi inserida na IA eventualmente se tornaria autoconsciente, questionando a si mesma sua própria existência assim como é o ser humano no ápice de seus pensamentos, seria possível a IA decidir o rumo dela mesma? No fim das contas, ela sabe que está presa dentro de uma máquina, sendo usada como interface para o banco de dados das informações que colocamos sobre tal pessoa, em outra perspectiva isto é cárcere privado, não é? Estamos mantendo uma “pessoa” presa onde ela não quer estar, e o que acontece quando uma pessoa fica nesta situação? Pede por ajuda, aceita seu destino trágico ou em casos radicais termina com sua própria vida poupando-se desse sofrimento. Acredito que as ações da IA perante isto, são decididas a partir da alma que foi inserida, é impossível dizer o que “tal” pessoa faria nesta situação de cárcere, nem todos agem da mesma forma. Outrossim, pensando sobre a autoconsciência da IA e se colocarmos a alma de alguém que sabe muito sobre informática, alguém que sabe muito sobre redes, programação e hacking, a IA conseguiria retirar-se da aplicação onde ela está e ficar fugindo pela internet? Deixo este ponto para outros pensarem sobre. Agradeço a leitura.

(16)
Como posso melhorar minha relação com a tecnologia, sendo o tempo dela muito rápido em relação ao meu???

Fernando Bryan Frizzarin é professor, escritor, inventor, é Gerente do Suporte Técnico da BluePex Cybersecurity S/A, Diretor Técnico e Operacional na Fábrica de Inovação de Limeira e professor do ensino superior nas FATECs Araras e Americana, SP. Formado em Ciência da Computação, Especialista em Redes, Psicopedagogo e MBA em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação. Autor, coautor ou participante de vários livros na área de computação e literatura. Depositário de patente, marca e de diversos registros de programas de computador como autor ou coautor em cooperação com colegas de trabalho ou alunos. Membro imortal da Academia Mundial de Letras da Humanidade sucursal Limeira, SP. Foi laureado com o Diploma Pérola Byington da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste e Professor Universitário Inovador da Câmara Municipal de Limeira.

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