O juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas, recebeu na terça-feira (11/10) denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) contra o comerciante V.A.V., de 41 anos. Ele responderá à Justiça pelo crime de homicídio duplamente qualificado de Cristiano Sampar de Souza, de 42 anos, morto a tiros na noite de 10 de setembro passado.

Além do homicídio, V., que está preso, também foi processado pelo crime de porte irregular de arma. O magistrado também acatou o pedido da Promotoria e converteu a prisão temporária em preventiva – por prazo indeterminado.

A denúncia foi formulada pela promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti. Ela apontou que o homicídio foi praticado por motivo fútil e sem chance de defesa. Conforme apurado, o réu tinha um revólver e o mantinha em seu depósito de bebidas, no bairro Boa Vista.

Segundo a denúncia, Cristiano caminhava perto do depósito e, quando ambos se viram, se desentenderam e iniciaram uma discussão. O dono do comércio pegou a arma e foi ao encontro da vítima. Foram, aproximadamente, cinco disparos. Em seguida, V. deixou o local.

Já a vítima, ferida, conseguiu caminhar até a frente de outro bar nas proximidades, onde foi chamado o Serviço de Atendimento Móvel Urgente (SAMU). Cristiano foi levado à Santa Casa, mas faleceu.

A Polícia Civil iniciou a apuração, mas V. seguiu foragido até ser preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) cinco dias depois, quando a Justiça já havia expedido o mandado de prisão temporária. Ele foi detido em Porto Seguro (BA).

Ouvido pela polícia, o acusado negou ter discutido com a vítima durante um jogo de baralho naquela tarde. Também negou ter bebido junto com Cristiano. Ele confirmou, no entanto, uma animosidade entre ambos e que a vítima gesticulou com o dedo em riste dizendo que passaria depois para conversar com ele.

O acusado disse que se sentiu coagido, já que, uma semana antes, a vítima teria lhe oferecido a compra de uma arma, o que foi recusado. Afirmou que saiu armado do estabelecimento em legítima defesa. A discussão se acalorou e ele sacou a arma quando Cristiano veio para cima. V. disse que foi rumo à Bahia “para ficar em segurança”.

O réu será citado para apresentação de resposta à acusação no prazo de 10 dias. Ao final, a promotora pede que V. seja submetido a julgamento em júri popular, como ocorre nos crimes contra a vida.

Foto: Wagner Morente/GCM de Limeira

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