MP denuncia acusado de matar garoto em mistério que envolve proteção de “entidade”

O Ministério Público (MP) ofereceu à Justiça, no final da tarde desta terça-feira (31/01), denúncia contra S.S.C.J., de 20 anos, acusado de matar Erick Delatore de Araújo, de 16 anos, a facadas. O crime aconteceu na madrugada de 22 de janeiro e o réu está preso preventivamente.

O crime aconteceu numa região de fazenda na Estrada Municipal LIM-146, na região sul de Limeira. O MP pede que S. seja pronunciado para ser submetido a julgamento pelo júri popular pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa à vítima) e ocultação de cadáver.

Segundo apuração da Polícia Civil, Erick e S. frequentavam o mesmo centro de umbanda. A denúncia aponta que os dois, porém, tinham um desentendimento passado, em que o adolescente devia R$ 50 para S. e também por motivo relacionado à namorada de Erick.

Naquela noite, enquanto todos estavam na casa espiritual, localizada no Jd. Ernesto Kühl, Erick anunciou que deixaria o centro religioso. Durante a madrugada, já com a intenção de matar o jovem, S. pegou uma faca e atraiu o adolescente para um lugar deserto. O convite era para que ambos fossem até uma área verde, onde S. acenderia uma vela para conferir proteção à vítima.

No local, S. sacou a faca e desferiu vários golpes no adolescente, que morreu. Em seguida, o rapaz ocultou o corpo da vítima em uma área afastada na zona rural, na região do Jd. Lagoa Nova, dispensando a faca.

No dia seguinte, como o adolescente não retornava e não fez contato com ninguém, a mãe da namorada de Erick acionou o aplicativo da filha para localizar onde estava vítima, por meio do rastreamento de celular. A localização apontava a área verde no Jd. Lagoa Nova. No local, encontrou S. bastante nervoso, dizendo que tinha ido acender velas para uma “entidade”. Erick, porém, não foi encontrado.

A pedido da mulher, o responsável pela casa frequentada pelos jovens disse ter incorporado uma “entidade” que confirmou a morte de Erick. Questionado, S. confessou que tinha matado o amigo. A polícia foi acionada e o acusado foi preso em flagrante.

S. admitiu o homicídio aos policiais afirmando que tinha recebido a proteção de uma “entidade” para matar Erick. Para isso, teria de assassiná-lo em até 7 dias. Foi ele que indicou aos policiais o local onde tinha escondido o corpo do adolescente.

Para o MP, o crime foi cometido por motivo fútil (desavença por dívida de R$ 50) e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, já que atraiu Erick para um lugar deserto, a pretexto de fazer um trabalho religioso, e o atacou a facadas.

Agora, a denúncia será analisada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Limeira, Rogério Danna Chaib. Caso seja recebida, S. vira réu e será citado para apresentar, em 10 dias, resposta à acusação. Na primeira etapa processual de crimes contra a vida, a Justiça decide se o caso deve ser submetido a júri popular. Em caso positivo, o julgamento será marcado e os crimes serão julgados por pessoas da sociedade.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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