Há, sim, coisas que não mudam

por Fernando Bryan Frizzarin

Depois de inventada a funcionalidade não muda. E isso tem impactos práticos e cotidianos, inclusive na propriedade intelectual ou na propriedade industrial.

Digo isso porque a invenção e a inovação são um fenômenos fascinantes e inquietante que muitas vezes me fazem refletir sobre a relação entre funcionalidade e design.

Olhando para objetos cotidianos, como a roda, dá para ver como a funcionalidade básica permanece constante ao longo do tempo, independentemente das mudanças no design e nas tecnologias aplicadas. Desde a carriola até o ônibus espacial, a roda continua desempenhando sua função inicial, demonstrando que certas invenções são atemporais.

Da mesma forma, a interface do carro com o motorista é um exemplo clássico e que as pessoas, principalmente motoristas, pouco percebem de como a funcionalidade essencial permanece inalterada, apesar das inovações no design e na tecnologia. Independentemente do modelo ou da época, de 1950 até 2024, dos carros à vapor até aos elétricos, o volante e os pedais continuam a ser elementos fundamentais na condução de um veículo, existe uma a confiabilidade nesses dispositivos que não mudou longo do tempo. Pelo menos até agora.

Assim como a roda e o carro, outros objetos comuns, como cadeiras, mesas e talheres, também são exemplos da relação entre funcionalidade e design na inovação. Embora possam variar em termos de forma, material e estilo, sua funcionalidade básica permanece inalterada ao longo das gerações. Esses objetos continuam a cumprir suas funções primordiais, independentemente das mudanças estéticas ou tecnológicas.

Até mesmo dispositivos modernos, como o telefone, seguem essa mesma lógica. Embora tenham evoluído significativamente desde sua invenção, mantêm a funcionalidade básica de permitir a comunicação de voz a longa distância. Mesmo com recursos avançados, como internet e aplicativos, a essência do telefone permanece fiel ao seu propósito original, um grande exemplo da durabilidade e a adaptabilidade de algumas invenções ao longo do tempo.

Ao pensar em inovação, é importante reconhecer não apenas as mudanças no design e na tecnologia, mas também a atemporalidade da funcionalidade básica de certos objetos, dispositivos e equipamentos. Essa perspectiva nos ajuda a apreciar, admirar e a querer desafiar a evolução contínua da inovação e sua capacidade de equilibrar tradição e progresso em nosso mundo em constante mudança.

Além da roda e do telefone, dá para perceber a atemporalidade da funcionalidade em objetos, tangíveis ou não, modernos, como os aplicativos de entrega de comida, como o iFood, e de transporte, como o Uber. Embora esses aplicativos sejam relativamente recentes em comparação com outras invenções, sua funcionalidade básica de facilitar a entrega de alimentos e o transporte de pessoas permanece constante. Esses aplicativos não apenas revolucionaram seus respectivos setores, mas também inspiram uma série de inovações e novos serviços que buscam realizar a mesma função de maneiras diferentes. Todos sonham em ser o novo iFood ou o próximo Uber.

Mas, se você para para refletir sobre a natureza da inovação, dá para criar um nó na cabeça de que deve-se buscar invenções e inovações que não apenas atendam às necessidades imediatas, mas também inspirem outras invenções e inovações, e que sejam duradouras. Essa é a chave.

O esforço deve ser sim em melhorar o que já está aí consolidado, trazendo boas inovações, mas também em criar o que será a nova invenção que perdurará para sempre, inspirando o futuro, que também deixem um legado duradouro e inspirem gerações futuras a continuar inovando.

Sempre digo que é muito difícil parar e pensar, imaginar, uma coisa que ainda não existe, mas não é impossível.

Quais são as próximas invenções e inovações duradouras, que irão melhorar as condições de vida atuais, também contribuir para um futuro mais sustentável e próspero? Afinal, a verdadeira medida do sucesso de uma inovação não é apenas sua eficácia no momento presente, mas sua capacidade de resistir ao teste do tempo e continuar inspirando gerações futuras a buscar novas soluções e descobertas.

Fernando Bryan Frizzarin é professor, escritor, inventor, é Gerente do Suporte Técnico da BluePex Cybersecurity S/A, Diretor Técnico e Operacional na Fábrica de Inovação de Limeira e professor do ensino superior nas FATECs Araras e Americana, SP. Formado em Ciência da Computação, Especialista em Redes, Psicopedagogo e MBA em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação. Autor, coautor ou participante de vários livros na área de computação e literatura. Depositário de patente, marca e de diversos registros de programas de computador como autor ou coautor em cooperação com colegas de trabalho ou alunos. Membro imortal da Academia Mundial de Letras da Humanidade sucursal Limeira, SP. Foi laureado com o Diploma Pérola Byington da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste e Professor Universitário Inovador da Câmara Municipal de Limeira.

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