Executado e amarrado com cabo de internet: assassinato em Limeira fica sem solução

A investigação sobre a morte de Edmilson de Castro, de 37 anos, ocorrida em junho de 2019, foi arquivada pela Justiça de Limeira neste mês. Sem pistas sobre a autoria do assassinato, o Ministério Público (MP) pediu o arquivamento da apuração, que só deve ser retomada mediante o surgimento de fatos que possam levar a identificação de eventuais envolvidos.

O corpo foi localizado às 14h30 do dia 16 de junho de 2019 (domingo) em área de eucaliptos, a 80 metros da estrada vicinal LIM-159, mais conhecida como “Estrada da Balsa”, km 9, próxima à Lagoa Nova. Dois quilômetros à frente de uma granja, policiais militares, com auxílio de familiares, localizaram o cadáver, encoberto com folhagens dentro de um sítio.

O braço direito da vítima estava amarrado para trás, com a mão presa a um cabo de rede de internet, que foi enlaçado com sua calça. Havia sinais de arrastamento. Na cerca que dava acesso ao local exato onde o cadáver foi deixado, foram localizados resquícios de sangue, presentes no caminho até as folhagens.

No início daquela tarde, a irmã de Edmilson procurou o plantão da Delegacia Seccional para comunicar seu desaparecimento. Ela relatou que fazia três dias que não tinha notícias do irmão e não sabia onde ele residia. Vizinhos comentavam que Edmilson teria sido assassinado e o corpo estaria próximo do Jd. Lagoa Nova, região sul de Limeira. Ela foi até o local, mas nada encontrou.

Após ter comunicado a polícia, ela indicou a região e acompanhou os PMs nas buscas que localizaram o corpo, reconhecido de imediato. O caso foi remetido para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG). A polícia apurou que Edmilson morava sozinho. Familiares desconheciam o local e sabiam que ele vivia de “bicos”.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) chegou à Polícia Civil em agosto de 2021. A conclusão foi de que a morte ocorreu por traumatismo cranioencefálico em decorrência de ferimentos por arma de fogo. Não foi detectada a presença de drogas no organismo, apenas álcool etílico. A Polícia Civil pediu sucessivas prorrogações do inquérito com a esperança de que algo levasse à identificação de autoria do crime. Mas nada apareceu.

Em 15 de agosto deste ano, o delegado Leonardo Burguer apresentou o relatório final ao MP. Apontou que a localização do cadáver indicava sinais de execução, mas não foi identificado nenhum suspeito responsável pela morte de Edmilson. No mesmo dia, a promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti encaminhou o pedido de arquivamento.

A peça apontou que “a análise dos autos não permite indícios suficientes da autoria delitiva, sendo que ainda não foi possível elucidar quem foi o possível autor dos ferimentos causados na vítima, embora diligências tenham sido realizadas. Não obstante o exame pericial tenha elucidado graves lesões causadas no ofendido, inexistem indícios de quem teria causado o resultado”. No último dia 16, o juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas, determinou o arquivamento dos autos.

Conforme o artigo 18 do Código de Processo Penal (CPP), depois de ordenado o arquivamento do inquérito, a polícia pode fazer novas pesquisas se tiver notícia de outras provas. Assim, caso alguém tenha alguma informação que possa esclarecer o homicídio de Edmilson, basta procurar a DIG, que fica na Rua Maranhão, 809, Vila Cristovam.

Foto: Pixabay

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