Dados pessoais e as redes sociais

por Vinícius De Sordi Vilela

A informação sempre foi um bem de extrema importância no meio corporativo ante seu valor e, atualmente, vem ganhando a atenção diante do crescente volume com que são produzidas na internet, fruto de uma revolução industrial globalizada e um maior acesso à rede.

A demanda por armazenamento de dados na nuvem vem dividindo espaço com a necessidade de valoração destes dados, a fim de que, de tais dados, possam ser extraídas informações para a tomada de decisões mais acertadas.

Noutro vértice, para a tomada de decisão mais assertiva, muitas empresas vêm se utilizando de Big Data, termo utilizado em tecnologia da informação, permite a rápida coleta, tratamento, filtragem e análise sistemática de informações produzidas do grande volume de dados gerados nos mais diversos meios de interação entre usuários e equipamentos, por meio do “5vs” (volume, velocidade, variedade, veracidade e valor).

E a busca pelo uso de tal ferramenta se justifica pela hiperconectividade digital dos dias atuais, o crescente número de usuários em redes sociais, o elevado volume na produção de conteúdo digital.

Assim, grandes empresas de tecnologia acabam coletando os dados pessoais de seus usuários, como, por exemplo, informações de contato, histórico de buscas, anúncios que interagiu, localização, dentre outros, e compartilhando com terceiros.

Nesse ponto, é interessante um estudo realizado pela empresa de segurança pCloud, apontando quais os apps mais invasivos no iOS, considerando a coleta de dados pessoais dos usuários e seu compartilhamento com terceiros, ou uso para benefício próprio.

De acordo com o estudo, o app que mais compartilha dados dos usuários com terceiros é o Instagram, que entrega 79% das informações coletadas. Em segundo lugar vem o Facebook, com 57%, seguido pelo LinkedIn e Uber Eats (50%) e Trainline (43%).

Ou seja, muitas pessoas estão ingressando neste mundo virtual, totalmente despreparadas e incautas na disponibilização de seus dados pessoais a terceiros, manifestando o consentimento em instrumentos contratuais eletrônicos sem a leitura de tais, fazendo com que o seu direito constitucional à proteção de seus dados pessoais fique fragilizada.

Vinícius De Sordi Vilela é advogado, mestre em Direito e professor universitário.

Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar

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