Amigos confessam simulação de furto de carro em Limeira para ficar com seguro

Dois amigos admitiram à Justiça de Limeira que simularam o furto de um veículo, que pertencia à tia de um deles, com o objetivo de obtenção do dinheiro de seguro. A investigação foi concluída no final do ano passado, como o DJ mostrou, e, no último dia 26 de janeiro, ambos aceitaram proposta de acordo de não persecução penal (ANPP) para não responderem a processo por estelionato.

A apuração começou a partir do boletim de ocorrência registrado pela tia, a pedido do sobrinho, em julho de 2021. No mesmo dia do registro, a PM fazia patrulhamento quando localizou o Corsa preto estacionado na Av. Pedro Elias. O motorista, que estava com a família, alegou que, pela manhã, trocou sua moto pelo carro de L.S.F., de 30 anos. O motorista foi conduzido à delegacia, já que o veículo tinha a queixa de furto.

Foi então que a história começou a ser desbaratada. Ouvido pela polícia, L. relatou que trabalhava com J.V.R.S., de 22 anos, sobrinho da mulher. Contou que o amigo lhe procurou alegando que estava com dificuldades financeiras para quitar o Corsa que havia adquirido da tia, pois ele também pagava outro veículo que tinha sido roubado e não tinha seguro. Assim, L. concordou em pegar o Corsa para dar um fim no carro e o amigo receber o valor. O carro estava avaliado em R$ 18,6 mil.

No dia combinado, L. disse que pegou o veículo estacionado em frente à empresa onde trabalhavam, sendo que a chave estava no pneu traseiro. Levou o Corsa e o deixou perto de sua residência, onde avisou o amigo para só registrar o boletim de ocorrência depois que sumisse com o carro. Depois, ele negociou o Corsa com o motorista, fechado em R$ 500 mensais até totalizar R$ 9 mil. Contudo, negou ter recebido a moto em troca.

A tia revelou à polícia que, dois meses antes, entregou o veículo ao sobrinho, que ficaria responsável pelo pagamento do financiamento. Contou que o sobrinho lhe procurou certo dia dizendo que o Corsa foi furtado em frente à empresa e, sob sua orientação, registrou o boletim de ocorrência. Declarou que não tinha conhecimento algum sobre a combinação que o sobrinho fez, sabendo apenas após a localização do carro.

J.V. informou à polícia que teve um carro furtado. Como morava com a tia, pegou o Corsa dela e assumiu o financiamento. Segundo ele, o veículo não estava bem de motor, mas tinha seguro. Foi quando teve a ideia de sumir com o carro e ficar com o valor. Ele admitiu a combinação com o amigo, mas relatou que o carro foi levado em frente à escola técnica onde estudava à noite. Negou que a tia soubesse do plano e confirmou o pedido para que ela registrasse a ocorrência, já que a apólice do seguro estava em seu nome.

A investigação contra o motorista com quem o carro foi localizado foi arquivada. Em novembro de 2022, a promotora Paula Alessandra de Oliveira Jodas ofereceu acordo de não persecução penal (ANPP) aos dois amigos. Em 26 de janeiro, a dupla admitiu a participação na fraude diante do juiz da 1ª Vara Criminal de Limeira, Rogério Danna Chaib, e aceitou a proposta.

Assim, cada um vai pagar R$ 1.302 a uma entidade social no prazo de 90 dias. Também não podem mudar de endereço sem comunicação prévia à Justiça. O acordo foi homologado pelo juiz e, caso as condições sejam cumpridas, o feito será extinto sem necessidade de processo criminal.

Foto: Divulgação-TRT 15

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