Uma tentativa de homicídio registrada no dia 18 de abril de 1996, em um bar de Limeira, finalmente poderá ser julgada em breve. O processo ficou parado ao longo deste tempo porque o réu desapareceu e somente foi preso em agosto deste ano na cidade de Petrolina, em Pernambuco. Agora, o acusado será transferido para um presídio em Limeira.
Naquela madrugada de 1996, um homem estava no bar localizado na Av. Eduardo Peixoto, onde seis pessoas chegaram e lhe pediram cigarros. A vítima forneceu quatro, mas o grupo pediu mais. Ele se recusou, “mandando-os para o inferno”, conforme apontou a promotora Anna Paula Souza de Moraes, responsável pela denúncia oferecida em julho de 1999.
Com a recusa em fornecer os cigarros, dois homens lhe seguraram, enquanto A.D.S., na época com 22 anos, deu-lhe uma facada no abdome. Em seguido, um outro aplicou-lhe um chute quando ainda estava no chão. A. voltou a pegar a faca e aplicou novos golpes. Todos fugiram do bar em seguida, a vítima foi socorrida e sobreviveu.
A. foi o único do grupo a ser identificado e processado por tentativa de homicídio duplamente qualificada. Contudo, ele jamais foi localizado. Ainda em 1997, a Polícia Civil colheu a informação de que ele havia fugido para Petrolina (PE). Foram várias tentativas de encontrá-lo nas últimas décadas, todas sem sucesso.
Em julho de 1999, o então juiz da 4ª Vara Judicial de Limeira, Fábio Luis Bossler, aceitou a denúncia do MP, decretou a prisão preventiva de A. e expediu carta precatória para que o acusado fosse citado em Petrolina. O paradeiro dele, no entanto, continuou desconhecido. No início de 2023, o juiz da 1ª Vara Criminal de Limeira, Rogério Danna Chaib, renovou o mandado de prisão.
Em agosto último, a Justiça de Limeira recebeu a informação de que o mandado de prisão contra A. havia sido cumprido em Petrolina. De imediato, a promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti solicitou, novamente, a citação do réu para que o processo seja retomado e sua transferência para um presídio de Limeira.
O pedido foi aceito por Danna Chaib. A defesa pediu reconsideração da transferência, alegando que A. possui família em Petrolina. Na última segunda-feira (09/10), o pedido foi indeferido. “O réu se furtou à Justiça por todo esse tempo e por seu julgamento ser nessa Comarca, a ter se em vista que ele deverá ser recambiado para que seja efetuado tal ato”, escreveu o juiz.
A transferência do preso é aguardada, bem como a apresentação de sua defesa, para que a ação penal seja retomada. O MP pede que ele seja submetido a júri popular.
Foto: Freepik
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