Justiça de Cordeirópolis determina prisão preventiva de trio que manteve gestante em cárcere privado

A Justiça de Cordeirópolis determinou no início da tarde desta terça-feira (9) a prisão preventiva de três pessoas que são investigadas por organização criminosa, sequestro e cárcere privado e tráfico de drogas. O trio, além de um adolescente, foi detido em flagrante ontem no Jardim Cordeiro pela Polícia Civil, com auxílio da Guarda Civil Municipal, quando mantinha um casal em cárcere privado com suspeita de realização de um “Tribunal do Crime”. A mulher que estava sob cárcere é gestante.

No registro do caso na delegacia, a Polícia Civil descreveu que descobriu a situação por meio ferramentas de inteligência policial e constatou que no endereço ocorria o cárcere privado do casal para posterior tribunal marginal. Além disso, que os suspeitos integram a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

No imóvel, o casal foi encontrado num dos cômodos e os policiais descobriram que a mulher rendida está grávida de sete meses. Ela e o rapaz seriam submetidos ao tribunal marginal para decisão disciplinar da organização criminosa e estavam havia cerca de dois dias sob cárcere dos investigados.

Os três adultos foram indiciados e presos em flagrante, enquanto que o adolescente foi apreendido por ato infracional relativo aos mesmos delitos dos demais. Hoje, os maiores foram submetidos à audiência de custódia e o Ministério Público (MP), por meio da promotora Aline Moraes, pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva.

Após analisar as circunstâncias do flagrante, e não identificar nenhuma irregularidade, o juiz Tales Novaes Francis Dicler, da Vara Única de Cordeirópolis, avaliou e acolheu o pedido do MP – a defesa requereu a liberdade provisória. Para o magistrado, a liberdade dos suspeitos, mesmo em fase de investigação, provocaria risco. “Na espécie, a fumaça do cometimento do crime emerge dos elementos informativos colhidos até o momento, destacando-se os relatos dos policiais responsáveis pela detenção dos presos em flagrante e pelas declarações da testemunha, dando conta de que o casal de vítimas estava sendo mantido em cárcere privado há cerca de dois dias sob o poder dos investigados. Os crimes ora apurados são concretamente graves, afinal, os presos são acusados de integrar organização criminosa, praticar sequestro e cárcere privado, além de tráfico de drogas. E, não bastasse, a acusação que é feita é de que o sequestro se deu para que fosse viabilizada a ocorrência de uma espécie de ‘tribunal do crime’, que decidiria o destino das vítimas, uma delas uma mulher grávida, que estaria em local insalubre há alguns dias. Vale observar ainda que o temor das vítimas é notório, tanto que optaram por permanecer em silêncio temendo represálias. Da mesma forma, a testemunha optou por manter sua qualificação em sigilo, afirmando ter certeza de que a divulgação de seu nome colocará em risco sua vida. Nesse contexto, a prisão preventiva é necessária para a conveniência da instrução criminal, sendo evidente que a liberação dos presos colocaria em risco a segurança das testemunhas e das vítimas”.

Com a decisão, os suspeitos permanecerão presos durante a investigação, que será conduzida pela Polícia Civil de Cordeirópolis, sob o comando do delegado Leonardo Burguer.

Foto: Pixabay

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