Vozes das mulheres voltarão a ser ouvidas na política

Por Camila Duarte

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta semana seis mulheres, entre os 21 ministros já definidos: Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações), Margareth Menezes (Cultura) e Nísia Trindade (Saúde). Estão cotadas Sônia Guajajara para Povos Originários, Ana Moser para Esportes, Marília Arraes para Previdência, Simone Tebet para Meio Ambiente e Marina Silva para Autoridade Climática.

A reestruturação envolve a criação do Ministério das Mulheres. A expectativa dos movimentos sociais é que a nossa voz volte a ser ouvida. O primeiro mandato de Lula foi marcado pela criação da Secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres, que contou com intensa participação social das mulheres, por meio de conferências municipais, estaduais e nacionais.

Durante os governos petistas, as mulheres foram protagonistas de relevantes políticas públicas, com destaque para a Lei Maria da Penha, direitos para as empregadas domésticas e Bolsa Família, programa que beneficiou mais de 10 milhões de famílias, repassando a verba prioritariamente para mulheres e mães de famílias de baixa renda. Com Lula 3, queremos a retomada desse protagonismo, ampliação da representatividade feminina, fortalecimento das políticas existentes e mais direitos.

É necessário também garantir a atuação de mulheres políticas eleitas, que são as nossas representantes em espaços de poder e de decisão. Casos de violência política como o que ocorreu aqui em Limeira com nossas vereadoras Isabelly Carvalho, Mariana Calsa e Tatiane Lopes devem ser apurados e punidos.

A Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), presidido pela deputada Professora Bebel, oficiou a Câmara de Limeira exigindo explicações. O ofício foi lido no início da sessão desta segunda-feira (19). O caso teve repercussão nacional, e a Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal emitiu nota de solidariedade, assinada pela senadora Leila Barros, procuradora da mulher.

Nós temos direito de existir, fazer política e lutar pelos nossos direitos – que o fundamentalismo religioso e a extrema direita não ouse levantar a mão pra nós.

Camila Duarte é jornalista, mestra pela Unicamp e pesquisa o tema “Mulheres na política”.

Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar

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