A pedido do Ministério Público (MP), a Justiça de Limeira (SP) decretou a prisão temporária de um casal, que será investigado por fatos que culminaram na internação da filha, de 2 meses de idade. A criança foi hospitalizada no último dia 10 com diversos traumas, além de uma perna quebrada. Há 1 ano, o casal perdeu um outro bebê, vítima de um acidente automobilístico cujas circunstâncias também serão investigadas.
Os pedidos partiram da promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti. Tudo começou com relatório emitido pelo Conselho Tutelar, que solicitou medida de proteção à criança. A menina foi internada com traumatismos diversos e espasmos e os indícios recaem sobre os pais, que moram no Jd. Santa Adélia.
O pai argumentou que se levantou para pegar a filha recém-nascida quando enrolou o pé no véu do berço, deixando-a cair. Como é enfermeiro, teria feito uma análise prévia, sem constatar nada sério. Contudo, o bebê teve espasmos e foi levado à Santa Casa. Ao chegar no momento, além dos traumas, a criança tinha a perna quebrada, lesões na outra, nos braços e na cabeça.
Questionado, o pai disse que a fratura teria ocorrido dias antes, quando levou a menina para vacinação e a enfermeira teria apertado muito a perna. O médico que atendeu o bebê, entretanto, afirmou que essa versão é impossível.
Ao saírem do hospital, os conselheiros foram abordados pela avó paterna, que negou a ocorrência de maus-tratos sem mesmo a suspeita ter sido levantada pelos agentes públicos. A criança continua no hospital enquanto os conselheiros tentam localizar a avó materna.
Na manifestação em que pediu a prisão temporária dos pais, a promotora cita que, há aproximadamente, eles perderam outro bebê por traumatismo craniano, após acidente. Só o boletim de ocorrência não foi lavrado, segundo o pai, porque não houve colisão – ele teria desviado o carro para evitar o acidente e a criança bateu a cabeça, vindo a falecer. Diante da possibilidade de que este caso ainda não tenha sido investigado, a promotora pediu a abertura de inquérito policial para que as circunstâncias sejam apuradas.
Diante do boletim médico que revela a gravidade dos ferimentos do bebê de 2 meses, a promotora pediu a decretação da prisão temporária, que foi aceita pela Justiça de Limeira. Os pais foram detidos e levados à Delegacia Seccional.
Foto: Diário de Justiça
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