Ônibus param sem aviso e deixam vereadores de Limeira sob pressão em votação de subsídio

Usuários do transporte coletivo de Limeira foram surpreendidos, na manhã desta quinta-feira (17/06), com a ausência dos ônibus da Sancetur nas ruas. Os veículos não rodaram no início da manhã, em mais um capítulo do impasse entre Executivo e Legislativo em torno do subsídio recebido pela concessionária.

O projeto de lei (PL) que aloca e transfere recursos no orçamento, no valor de R$ 20 milhões, para o transporte público de Limeira, volta a ser discutido nesta quinta-feira (17) na Câmara, em continuidade da sessão de segunda-feira.

Por falta de tempo na sessão anterior, a votação do projeto não chegou a ser iniciada. Os parlamentares aprovaram o requerimento de urgência especial para acrescentá-lo na ordem do dia e iniciaram a discussão sobre três emendas. Uma delas, de autoria do Dr. Júlio César Pereira dos Santos (DEM), foi considerada inconstitucional pelo relator especial, vereador Everton Ferreira (PSD). Francisco Maurino dos Santos (Republicanos) é autor das outras duas e, na segunda-feira, pediu para retirá-las do PL. Porém, para isso, deveria haver anuência dos líderes e foi nesse momento que a sessão foi concluída, ou seja, a discussão sobre o assunto deverá começar com a análise dessas duas emendas.

Para que a proposta, de autoria do Executivo, entrasse na ordem do dia, o requerimento de urgência especial recebeu os 11 votos necessários – número mínimo para aprovação. Votaram favoráveis para aprovação do requerimento Betinho Neves (PV), Airton dos Santos (PL), Anderson Pereira (PSDB), Lu Bogo (PL), José Roberto Bernardo (PSD), Ju Negão (PV), Mariana Calsa (PL), Terezinha Guarnieri (PL), Everton Ferreira (PSD), Tatiane Lopes (Podemos) e João Antunes (Podemos).

Os parlamentares Constância Félix (PDT), Elias Barbosa (PSC), Hélder do Táxi (MDB), Isabelly Carvalho (PT), Dr. Júlio (DEM), Marco Xavier (Cidadania) e Waguinho da Santa Luzia (Cidadania) votaram contra. Os dois vereadores do Republicanos, Francisco Maurino e Pastor Nilton, se abstiveram de votar o requerimento. A continuação da sessão será transmitida ao vivo pelos canais da Câmara no Youtube, no Facebook e no site a partir das 13h.

Faca no pescoço

Integrante da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara, colegiado que ainda não liberou o projeto de lei, Waguinho da Santa Luzia (Cidadania) classificou a paralisação do serviço como absurda. “Não tem outro nome, isto é pressão em cima da Câmara Municipal. É colocar a faca no pescoço dos vereadores e não dá para aceitarmos”. Ele adiantou que votará contrário ao projeto e à pressão.

“Infelizmente, quem paga não é o vereador, nem o prefeito, e sim a população que precisa do transporte coletivo para trabalhar. Se a Prefeitura quisesse tomar uma posição, já teria tomado. Quando a empresa enviou o ofício [em que ameaçou a suspensão do serviço], a Prefeitura poderia ter entrado na Justiça com uma liminar solicitando os veículos na rua. Parece haver concordância entre Executivo e empresa no que está sendo feito”, criticou Waguinho, que cobrou solução imediata por parte do prefeito Mario Botion.

Procurado, o Executivo emitiu a seguinte nota: “A Prefeitura de Limeira foi surpreendida na manhã de hoje com a paralisação do transporte coletivo. Até o momento, o Executivo não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o assunto.

Foto: Prefeitura de Limeira/Arquivo

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