PF investiga falsa central de atendimento e chega em conta bancária em Limeira

Investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre um estelionato praticado contra uma moradora de Teresina, capital do Piauí, chegou até a conta bancária de um limeirense, vinculada a uma agência da Caixa Econômica Federal. Foi ele quem recebeu os R$ 30 mil da vítima, que caiu em um golpe.

O inquérito foi aberto pela PF em Piracicaba após a agência da Caixa em Limeira comunicar o uso irregular da conta para recebimento de depósitos provenientes de golpes. Segundo o ofício, uma mulher se dirigiu até a agência da cidade de Dirceu Arcoverde, no Piauí, e revelou ter sido vítima de uma falsa central de atendimento.

Em contato com os golpistas, ela foi orientada a fazer o download de um aplicativo. Assim que o baixou, houve a transferência de R$ 30 mil para a conta de L.R.G., morador de Limeira. Ao contatá-lo, ele teria dito que o dinheiro foi uma compra de veículo, mas não apresentou recibo e nem compareceu à agência local para prestar informações.

A vítima fez o registro inicial em uma delegacia da Polícia Civil de Teresina. No documento, afirmou que recebeu uma mensagem de texto no celular com a informação de que havia sido feita um compra no valor de R$ 2,8 mil e, caso não reconhecesse, era para ligar em determinado número e cancelar a operação.

Ela fez a ligação e recebeu a orientação para baixar um aplicativo para poderem desbloquear o cartão, que teria sido clonado. Ao fazê-lo, porém, se surpreendeu com a transferência automática do dinheiro. A vítima imediatamente procurou o banco e ali descobriu que tinha caído em um golpe.

A PF localizou dois endereços ligados ao limeirense. Seu último emprego registrado data do início de 2017. Em seu nome, constam cinco veículos, o que pode indicar, segundo os investigadores, algum tipo de comércio informal de carros. Nas pesquisas, a PF não encontrou indícios de envolvimento de L. em fraudes bancárias contra a Caixa.

Ao analisar os fatos no final do ano passado, a procuradora Heloísa Maria Fontes Barreto, do Ministério Público Federal (MPF), entendeu que a conta bancária em Limeira, embora vinculada à Caixa, foi utilizada como mero instrumento para obtenção de vantagem ilícita, não havendo prejuízo à instituição. O próprio banco concluiu que não tem o dever de ressarcir a cliente pelo ocorrido.

Com base neste parecer, a juíza Carla Cristina de Oliveira Meira, da 1ª Vara Federal de Limeira, declinou competência e encaminhou a investigação à Justiça Estadual. Nesta terça-feira (18/3), o promotor Daniel Fontana pediu que o caso seja enviado à comarca de Teresina, onde mora a vítima. A decisão caberá ao juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal de Limeira.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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