Marilyn Monroe: Um mistério sem fim

por Farid Zaine
@farid.cultura

O que teria realmente acontecido naquela noite de 4 de agosto de 1962? Essa pergunta continua sem claras respostas desde essa data, quando a maior sex symbol do cinema foi encontrada morta em sua casa, de madrugada. Ela era Marilyn Monroe, uma das mais reluzentes estrelas de Hollywood, que colocou o mundo a seus pés, primeiro graças à sua beleza, ao seu charme, à sua incomensurável capacidade de seduzir. Marilyn, nascida Norma Jean Mortensen, não foi alçada ao estrelado num passe de mágica. Ela teve uma infância extremamente difícil, o caso típico de criança rejeitada, abandonada, que passou por inúmeras casas de acolhimento e até um orfanato, mesmo não sendo órfã. A mãe de Marilyn , com problemas mentais, foi internada num sanatório. Essas cruéis marcas de uma infância sem lar perseguiram a estrela por toda a vida. Mesmo depois de rica e famosa, precisava de apoio psicológico e tratamento para conseguir superar seus traumas.

A Netflix acaba de disponibilizar o documentário de longa metragem “O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas”. O título não é enganoso, pois não oferece solução para o mistério da morte da estrela, mas de fato apresenta gravações que nunca antes tinham sido divulgadas. Pode parecer pouco, mas para as novas gerações, que não acompanharam muito as investigações que aconteceram logo após a morte de Marilyn, e que se prolongaram por muitos anos, terão a chance de conhecer mais sobre essa história cheia de drama, sexo, política, intrigas e drogas. Temperos explosivos para qualquer roteiro de ficção, mas aqui temos uma história bem real, onde estão presentes todos esses elementos e ainda mais.

Marilyn Monroe se transformou num símbolo sexual cultuado no cinema, mas era uma excelente atriz, capaz de encantar em papéis dramáticos, musicais ou comédias. Insegura, teve um início cheio de dificuldades, mas foi muito ajudada por caçadores de talentos, ou por homens que a desejavam. Ela se envolvia com facilidade com pessoas, mas não deixava que as relações fossem muito duradouras. Foi assim nos seus casamentos com Joe DiMaggio , o grande jogador de beisebol, e depois com o dramaturgo Arthur Miller, ambos muito famosos.

O longa de Emma Cooper , “O Mistério de Marilyn Monroe”, apesar de trazer gravações escolhidas entre centenas de horas de registros, não responde às principais questões envolvendo a morte precoce da grande estrela: Foi suicídio? Foi morte acidental por uso excessivo de medicamentos? Foi assassinato? Ao longo do tempo, e após divulgações de todos os tipos de teorias conspiratórias, a justiça chegou à mesma conclusão das primeiras investigações: a morte foi provocada pelo uso excessivo de barbitúricos. O caso de Marilyn, apimentado pelos turbulentos casos que manteve com John Kennedy e seu irmão, Bob Kennedy, ganhou repercussão extra pela explosiva combinação de sexo e política. Marilyn realmente teve relacionamentos com os dois irmãos, mas nada indica que sua morte tenha sido encomendada, nem por eles e nem pela máfia. O conteúdo das tais gravações inéditas, contudo, tem elementos para deixar no ar para sempre essas complexas questões.

O mistério sobre a morte de Marilyn Monroe continua, e sempre haverá perguntas sobre como uma mulher tão linda, talentosa e famosa, de repente entra numa teia tão perturbadora da qual não consegue se livrar, até ser encontrada sem vida e sem explicação.

Resta curtir os incansáveis e incontáveis estudos sobre a vida e a morte desse ícone do cinema. E como hoje tudo está ao alcance de todos em casa, vale a pena ver ou rever alguns clássicos estrelados por Marilyn Monroe, incluindo “O Pecado Mora ao Lado”, de Billy Wilder (The Seven Year Itch,1955), aquele que contém uma das mais icônicas cenas da história do cinema, quando Marilyn, com um vestido plissado e rodado, fica sobre uma das saídas de ar do metrô de Nova York e tem a saia levantada pelo vento. E já que o documentário está na Netflix, é possível ver aí um dos melhores filmes da atriz e uma das melhores comédias da história do cinema, outra obra-prima de Billy Wilder, “Quanto Mais Quente Melhor”(Some Like it Hot, 1959), onde ela esbanja todo seu talento cômico e seu incomensurável poder de seduzir. Morta tão jovem, Marilyn Monroe conseguiu preservar, talvez involuntariamente, sua imagem de beleza e sensualidade para sempre.

O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas: Documentário de Longa Metragem, direção de Emma Cooper, disponível na Netflix.
Cotação:***BOM

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