Golpe da clonagem do chip do celular causa prejuízos financeiros

Por Bárbara Breda Faber

Conhecido também como SIM SWAP, o criminoso consegue clonar o chip da vítima, tendo acesso à linha do seu telefone celular, suas mensagens e seus aplicativos.

Há duas formas conhecidas do golpe se efetivar, a primeira é o criminoso ter um cúmplice dentro da operadora, que passará o número do chip da vítima para ele, possibilitando a clonagem, ou ainda, o criminoso pode fazer contato com a operadora se passando pelo titular da linha, uma vez que possui seus dados (por exemplo seu nome completo, nome da mãe, CPF, data de nascimento) e requerendo a alteração da linha para um chip em branco.

Após a clonagem, o criminoso pode ter acesso aos aplicativos, inclusive de bancos, podendo causar um prejuízo financeiro imenso à vítima, que estará desconectada da sua linha (celular sem sinal e sem receber mensagens), o que causa o agravamento da situação, uma vez que os criminosos ganham tempo para agir.

Imagine, o banco tenta te ligar para confirmar empréstimos e quem atende o celular são os criminosos. Chega mensagem confirmando as transações e quem recebe não é a vítima, mas o criminoso, o que retarda o descobrimento pela vítima do golpe que está sofrendo.

Então seguem dicas para proteger o seu chip desse golpe não mais incomum:

1) Coloque autenticação de dois fatores em todos os aplicativos, mas não opte para que a verificação seja feita via SMS, pois assim, o código de segurança será enviado para os criminosos. Opte pois, por aplicativos de tokens de acesso, como o Google Authenticator, que é gerado no seu próprio dispositivo.

2) Ative a proteção em duas etapas no WhatsApp, de tempos em tempos o WhatsApp vai pedir para inserir um código de seis dígitos, para confirmar que é você mesmo que está usando o aplicativo.

3) Não passe seus dados pessoais para ninguém! Como vimos, houve um megavazamento de dados recente em que muitos dados de brasileiros foram expostos. As pessoas podem saber mais de você do que você imagina, não confie a eles mais informações suas, procure sempre os canais oficiais para tirar dúvidas ou resolver problemas.

4) Cheque o Registrato! Esta é uma ferramenta do Banco Central do Brasil em que mostra todas as operações financeiras vinculadas ao seu CPF: contas abertas em bancos, chaves PIX, informações sobre empréstimos e financiamentos em seu nome, operações de câmbio e transferências internacionais e outros. Assim, se suspeitar estar sendo vítima de golpe, por esta ferramenta irá aparecer operações que você não reconhece ou fez.

Em caso de confirmação do golpe e prejuízos financeiros faça um boletim de ocorrência eletrônico e procure um advogado para defesa de seus interesses.

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Bárbara Breda Faber é pós-graduanda em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Bacharel em Direito pela PUC Campinas. Membro das Comissões de Direito de Família e Direito Digital da 35° Subseção da OAB Limeira/SP. Advogada associada ao escritório Campos e Faber Advogados Associados. E-mail: barbara@camposefaber.adv.br

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