Por onde passou, o ajudante E.P.C., de 37 anos, deixou rastros de violência. Em 2015, após deixar a cadeia onde cumpriu pena por roubo, foi acusado de estuprar uma mulher na zona rural de Limeira e, no dia seguinte, de matar Sebastião Alves de Souza, de 47 anos. Pelo segundo crime, ele será julgado pelo Tribunal do Júri no dia 15 de dezembro. A data foi designada pelo juiz Rogério Danna Chaib, da 1ª Vara Criminal de Limeira.

No dia 3 de setembro daquele ano, uma mulher de 25 anos moradora do Bairro dos Pires foi levar seu filho na escola e, quando retornava, foi atacada por um homem. O agressor portava uma faca, a colocou no pescoço da vítima e a arrastou para o matagal, onde tirou a roupa dela e usou os tecidos para amarrá-la.

Não houve conjunção carnal, mas o autor chegou a tocar na vítima, que conseguiu fugir quando ele saiu para tomar água. Ela encontrou abrigo numa chácara nas imediações e acionou a Polícia Militar. Populares viram o autor e tentaram capturá-lo, mas ele correu e escapou.

O RG
Policiais foram ao local do crime e conseguiram encontrar um RG que pertencia a E.. O documento foi mostrado à vítima, que o reconheceu como autor do crime.

No dia 4, ou seja, seguinte do dia do estupro, E. fez contato com o dono de uma área rural naquela mesma região. Ele disse que fazia reparos numa caixa d’água e Sebastião o auxiliava. De acordo com o réu, um forte vento derrubou ambos do telhado e Sebastião ficou ferido. O proprietário do local estava em Campinas e no dia seguinte chegou em Limeira. Ele encontrou Sebastião morto.

Quando analisaram o corpo, peritos do Instituto de Criminalística (IC) notaram que os ferimentos não eram característicos de uma queda, mas de um ataque com facas. A vítima tinha dois cortes profundos na lateral esquerda do pescoço e ferimento também muito profundo na lateral direita também da região do pescoço, além de um grande corte na bochecha direita e vários ferimentos de faca no peito, inclusive um típico de defesa nos dedos da mão direita. A faca suja de sangue foi localizada por um dos peritos, dentro da gaveta de um armário.

O RG encontrado na cena do estupro foi mostrado ao proprietário do local, que reconheceu E. como a pessoa que ligou para ele no dia anterior e que foi contratado para auxiliar Sebastião a cavar um poço.

Na fase processual, a Justiça decretou a prisão preventiva de E. em fevereiro de 2018 e a ordem judicial foi cumprida no mês seguinte. O Ministério Público (MP) o denunciou por homicídio qualificado – motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de meio cruel.

O réu foi pronunciado em fevereiro deste ano e será julgado pelo Tribunal do Júri em 15 de dezembro, às 13h.

Foto: Pixabay

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