Cinco já foram ouvidos pela polícia de Limeira em caso de transfobia contra vereadora

Ao menos cinco pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil de Limeira no inquérito instaurado após denúncia da vereadora Isabelly Carvalho (PT) no início de fevereiro, quando ela documentou diversos comentários considerados ofensivos nas redes sociais. Os comentários foram feitos após divulgação de um projeto protocolado por ela na Câmara de Limeira para instituir o “Dia Marielle Franco” na cidade para promover diálogo sobre violência de gênero e racial.

O DJ mostrou quando a vereadora foi até a delegacia registrar boletim de ocorrência por injúria racial e difamação (leia aqui). Desde então, o caso segue em diligência na esfera policial e cinco pessoas foram ouvidas – quatro homens e uma mulher.

O primeiro disse que usou, sim, seu direito de liberdade de expressão e reafirmou o que disse sobre o gênero de Isabelly. Questionou o direito dela em detrimento do dele e também que não vê a atitude como homofóbica. O segundo, entre outros, disse à autoridade policial que vê muitos problemas estruturais e sociais na cidade e que indignou-se com o projeto apresentado, reafirmando também o gênero de Isabelly. Ele disse que não trata-se de termo de conotação homofóbica e que projetos que representem a população independem de gênero de parlamentares. Também citou a democracia, que paga impostos e que tem direito de se expressar.

Uma mulher também foi ouvida. Ela foi acompanhada de advogada e disse que não expôs nada de ofensivo, mas apenas demonstrou sua insatisfação com a classe política.

O outro homem ouvido diz que, de fato, fez comentário na rede social de que a cidade está cheia de problemas e que tem vereador lutando por causas feministas, entre outras críticas ao partido de Isabelly. Diz que não quis depreciar a figura da parlamentar.

O quinto homem ouvido também confirma comentários que fez ressaltando problemas enfrentados por pacientes de um plano de saúde na cidade, pais desempregados, sem condições de comprar materiais para os filhos, mas que não são prioridade de parlamentares – e confirma um xingamento. Mas que não quis atacar Isabelly, e sim os vereadores em geral e a Prefeitura. Este pediu para constar que apagou o comentário, apesar de não ter considerado ofensivo.

A Polícia pediu dilação de prazo para seguir com as investigações, o que deve ser autorizado pelo Ministério Público.

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