A polêmica que envolve o filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, alvo de críticas no último final de semana, também chegará à Câmara de Limeira na sessão da próxima segunda-feira. Os vereadores Nilton Santos e Francisco Maurino dos Santos, o Ceará, ambos do Republicanos, protocolaram nesta terça-feira (15/03) moção de protesto contra o filme protagonizado por Fábio Porchat com roteiro de Danilo Gentili, ambos humoristas.
Nesta terça, o Ministério da Justiça determinou a suspensão do filme em plataformas de streaming. Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor, caso “a disponibilização, exibição e oferta” do filme não sejam interrompidas em até cinco dias, deve ser aplicada multa diária de R$ 50 mil.
De acordo com a decisão, assinada pela diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor, Lilian Brandão, a medida foi tomada “tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”.
Inspirado em um livro do comediante e apresentador Danilo Gentili, que também atua no filme, o longa, de 2017, é acusado de fazer apologia à pedofilia. A história gira em torno de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”. Um trecho do filme que circulou nas redes sociais gerou polêmica, especialmente quando o inspetor, vivido por Porchat, sugere um ato sexual por parte dos garotos.
Na moção, os parlamentares de Limeira dizem que, no filme, existe induzimento à prática de atos sexuais entre um adulto e criança menor de 14 anos, com uso de coação moral entre ambos, e uma certa normalização dos atos. “Não podemos assistir ao filme sem reação alguma. Não quero politicar, mas é a desgraça entrando na casa dos pais, na nossa cultura, no nosso País. É um absurdo o que nossos filhos têm em mãos. A plataforma está nos celulares das crianças e dos jovens”, diz o documento. Nilton gravou um vídeo em suas redes sociais para explicar o texto.
Caso a Câmara de Limeira aprove, a moção será enviada à Netflix, plataforma de streaming que passou a disponibilizar o filme em seu catálogo, e também à Vara da Infância e Juventude de Limeira.
Outro lado
Porchat se manifestou por meio de sua assessoria de imprensa. “Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente?”, ironizou.
Já Danilo Gentili, por meio das redes sociais, classificou as reações ao trecho do filme como “chiliques, falso moralismo e patrulhamento”. “Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, tuitou o apresentador.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Reprodução
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