Young Royals

por Farid Zaine
@farid.cultura

As famílias reais sempre são muito vigiadas. Tudo que algum membro da família real faz é motivo de curiosidade e julgamento. Reis, rainhas e descendentes de todas as monarquias , mesmo aquelas que existem por mera formalidade e símbolo, são alvos de permanente vigilância pela sociedade. Odiados ou idolatrados, os herdeiros de tronos têm seus passos seguidos , sempre em busca de algum segredo ou escândalo. Com toda a perseguição que sofreu dos chamados “paparazzi”, a princesa Diana foi uma das mais amadas, invejadas, copiadas e fotografadas mulheres de todos os tempos. Diana, infeliz no casamento com o Príncipe Charles, teve o mundo observando cada um de seus gestos, até o final trágico de sua breve vida. Charles, depois , veio a se unir definitivamente ao seu grande amor, Camila Parker Bowles, com quem traía Diana. Essas e outras conhecidíssimas histórias da família real britânica podem ser vistas numa das melhores séries de todos os tempos,”The Crown”, que acompanha a longa trajetória da Rainha Elizabeth II e dos membros da realeza.

Chega agora à Netflix outra série sobre realeza, agora na Suécia. Pouco se sabe sobre a vida da família real sueca, então a série traz esse motivo a mais de interesse. Trata-se de “Young Royals”, que estreou no dia 1º de julho e já é um sucesso. Diferentemente de “The Crown”, é uma história fictícia.

“Young Royals” é destinada ao público adolescente. A história é a do Príncipe Willelm, que como todo jovem, deseja ter uma vida livre, onde possa se expressar sem ter de justificar cada ação. Mas, como todo membro da família real, está sempre sob a mira da imprensa e da curiosidade e julgamento por parte da população. Após uma briga numa boate,  que expõe aventuras noturnas do príncipe, ele é enviado para a Escola Hillerska , onde seu irmão estudou. Lá ele conhece Simon, um aluno talentoso, mas que não é da “elite” que frequenta o tradicional estabelecimento de ensino, e sim uma espécie de “bolsista” junto com sua irmã Sara, abertura da escola a alguns membros da comunidade próxima. Willem e Simon estreitam a amizade, que logo se transforma em romance. Os dois se apaixonam e levam seu caso às escondidas, mas com tranquilidade, até que alguém flagra os dois transando, filma e expõe a filmagem nas redes sociais.

“Young Royals” mostra a vida dos jovens ricos estudantes da Escola Hillerska, cada um com seus dilemas próprios da idade. Não há nenhum drama  pela descoberta da homossexualidade de Willelm, a não ser que esse fato é visto pela população como preocupante, uma vez que se espera do Príncipe que se case e deixe herdeiros, para continuidade  da família real. Willelm, por causa de uma tragédia, tem sua posição na linha sucessória antecipada. Isso se torna um elemento complicador para sua relação com Simon.

Conduzida de forma leve, a primeira temporada de “Young Royals” surpreende pelo tratamento dado ao tema, e pela beleza plástica. Sem ser uma produção luxuosa, tem momentos de impacto visual . O elenco é homogêneo, com talentos adolescentes marcantes, como é o caso de Edvin Ryding, que faz o príncipe Willelm, e Omar Rudberg, intérprete de Simon.

Muitos esperam uma comparação com outro sucesso da Netflix, a série espanhola “Elite”, já na quarta temporada. Mas “Young Royals” tem suas próprias qualidades, incluindo um ótimo roteiro. Muitos filmes já trataram dos dilemas de adolescentes em escolas, e é sempre lembrado o já clássico dos anos 1980, “Sociedade dos Poetas Mortos”, com Robin Williams.

Destinada principalmente ao público teen, “Young Royals” vai agradar aos adultos também. Saber mais sobre a realeza é sempre um desejo de quase todo mundo. No caso de “Young Royals”, é preciso ver a série com empatia, colocar-se no lugar de Willelm e Simon, e curtir esse romance sem preconceitos e sem julgamentos. Isso veremos se acontecerá em eventuais novas temporadas.

Young Royals – Série, Primeira Temporada, 6 episódios. Netflix.
Cotação: ****MUITO BOM

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