A mulher que, conforme boletim de ocorrência, teve o carro riscado nas imediações do Teatro Vitória em 18 de junho passado, em Limeira, não teve interesse em apresentar o veículo ao Instituto de Criminalística (IC) para realização de perícia. Sem essa prova, o Ministério Público (MP) decidiu não processar o flanelinha M.V.L., de 35 anos, pelo crime de dano.
O episódio não passou em branco, contudo. O promotor Daniel Fontana denunciou o acusado por tentativa de roubo, já que, após a recusa da vítima em lhe dar moedas para que vigiasse o carro, ele exigiu que a mulher, moradora de Iracemápolis, lhe entregasse o celular.
O roubo não se consumou porque a vítima se apressou e entrou no teatro, que fica na Praça Toledo Barros, no Centro de Limeira. Foi aí que ela soube que passaram a riscar o veículo com uma moeda.
Dois homens suspeitos foram identificados pela Polícia Militar e foram levados à delegacia. Somente M. foi indiciado e preso em flagrante – o outro acabou liberado. M. alegou que, naquela tarde, tomou um litro de cachaça, dormia na praça e acordou com uma briga. Apontou o outro homem como autor dos riscos no carro.
O prejuízo estimado pela mulher com os riscos no carro foi de R$ 2 mil. A Polícia Civil solicitou a perícia, elemento que comprova o crime de dano. Quando foi contatada, porém, a mulher não quis levar o carro para o exame no IC de Limeira.
O promotor avaliou as provas reunidas e pediu o arquivamento quanto ao crime de dano, “considerando que o veículo não foi apresentado para perícia e não foram identificadas testemunhas que tivessem notado M. praticar o dano, havendo somente a informação de que populares teriam visto a conduta”.
Os autos também foram arquivados em relação ao segundo homem levado pela PM à delegacia. Quanto à acusação de roubo tentado, o juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas, recebeu a denúncia e abriu a ação penal no último dia 6. M., que segue preso, será citado para apresentar resposta à acusação.
Foto: Diário de Justiça
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