MP pede arquivamento de inquérito sobre morte provocada por linha de pipa em Limeira

O Ministério Público (MP) pediu à Justiça de Limeira o arquivamento do inquérito policial que investigou as circunstâncias da morte do caseiro Antônio Cruz, de 57 anos, ocorrida em 7 de novembro de 2021. Ele estava na carroceria de uma picape quando sofreu um corte no pescoço. O veículo era conduzido pelo patrão da vítima.

No início daquela noite, o caseiro, que morava na propriedade rural há cerca de 20 anos, pediu ao patrão uma carona até o Bairro do Tatu, próximo à escola. Assim, ele embarcou na carroceria do veículo, já que o dono da propriedade rural estava acompanhado de seu cunhado.

Durante a viagem pela estrada de terra LIM-274, Antônio conversava com os ocupantes do veículo, mas, em dado momento, ficou em silêncio. O motorista ficou intrigado, já que não viu mais o empregado, e parou a caminhonete. Foi quando encontraram a vítima caída no assoalho, com um corte no pescoço. Ele sangrava muito e não dava sinais de vida. Imediatamente, ambos chamaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

O cunhado deu a mesma versão à polícia. No dia seguinte, ele voltou à região do incidente e conversou com um sitiante, que disse ter encontrado uma pipa e a recolhido, para não ferir seus animais. A pipa foi achada, justamente, no trajeto que a caminhonete tinha feito no dia anterior. Antônio morreu na hora. O patrão relatou que a pipa pode ter escapado de um torneio que teria ocorrido no Bairro da Balsa devido ao vento forte.

O relatório da Polícia Civil foi finalizado no final de setembro. Ao analisar a investigação, o promotor Daniel Fontana entendeu que não há indícios de delito por parte do motorista da caminhonete. “O automóvel circulava por estrada de terra e não era, em princípio, previsível pelo condutor que uma linha de pipa fosse atingir justamente a vítima causando a sua morte”, escreveu. As amostras de DNA coletadas da terra próxima à vítima e das linhas de pipa indicaram perfil genético coincidente com a de Antônio.

Sem elementos para propositura de ação penal, o promotor pediu o arquivamento do inquérito no último dia. O pedido será analisado pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas.

Foto: Pixabay

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