O Ministério Público (MP) da capital ofereceu denúncia à Justiça, no mês passado, contra o limeirense D.S.M., investigado em diversas cidades do país por estelionatos praticado contra mulheres com quem ele se envolve. O caso ganhou repercussão nacional, ele ficou conhecido como “golpista do amor” e segue na mira da Polícia Civil por fraudes cometidas em vários Estados.
O caso que pode virar ação penal na 28ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo (SP) foi denunciado por uma mulher moradora de Fortaleza (CE). Em 2009, ela residia em Lisboa, capital de Portugal, onde estudava. Conheceu o limeirense numa festa e passaram a trocar mensagens pelo WhatsApp.
Segundo a denúncia do MP, eles mantiveram um relacionamento afetivo por alguns meses, período no qual ele foi morar no apartamento dela. Ele dizia que era funcionário de uma “trader” com atuação no mercado financeiro, mas que não podia movimentar suas contas bancárias em razão de um suposto bloqueio judicial em processo de divórcio. Assim, ele pediu um “socorro financeiro” à namorada.
Aproveitando-se da confiança conquistada, D. convenceu a vítima a entregar-lhe 3.850 euros para depositá-los em conta da família da namorada, o que não ocorreu. Outros 1.250 euros foram destinados à uma suposta caução de locação que jamais foi feita. Já 500 euros seriam investidos em Bolsa de Valores, o que também não foi feito. D. arrecadou 484 euros para pagar viagem ida e volta de Lisboa a Madrid, com estadia em hotel, para conseguir um trabalho à namorada. Ainda conseguiu mais dinheiro de empréstimo e para pagamento de suas despesas.
A mulher fez dois empréstimos consignados e entregou ao limeirense economias guardadas para seus estudos no exterior. Depois disso, ela começou a desconfiar e cobrou a devolução dos valores. Foi aí que D. admitiu que não havia bloqueio algum em sua conta, não trabalhava em “trader”, bem como as demais justificativas eram todas falsas. Ele teria gasto os valores com “festas, bebidas e mulheres”.
Conforme a denúncia, ele devolveu parte do dinheiro à vítima para retardar que ela comunicasse os fatos à polícia. A mulher, no entanto, acionou o Ministério Público (MP), que determinou a apuração dos fatos pela Polícia Civil.
O promotor Wilmar Pinto Correia denunciou D. por crime de estelionato e pediu à Justiça, na sentença, a condenação do acusado a reparar o dano moral e material da vítima. A denúncia será analisada pela Justiça da capital. Se for aceita, a ação penal será aberta e o limeirense será citado para apresentar resposta à acusação.
Foto: Agência Brasil
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