Cinco tabletes de maconha cabem debaixo de banco de moto? Justiça de Limeira determina perícia

Um apontamento feito pela defesa de um réu em Limeira, acusado de tráfico de drogas, será esclarecido por perícia. Cinco tabletes de maconha cabem no compartimento debaixo do banco de uma moto JTA Suzuki 1000? O advogado aponta que as leis da física impedem o armazenamento do entorpecente em espaço tão pequeno.

W.R.S., de 32 anos, foi preso por policiais militares na manhã de 12 de junho deste ano. Em patrulhamento, os agentes viram o acusado pilotando uma moto com placa, aparentemente, adulterada. Na tentativa de abordagem, ele fugiu e, em determinado momento, parou a moto e arremessou um pequeno objeto verde. A PM o abordou logo na sequência.

Segundo a denúncia do promotor Rodrigo Alves de Araújo Fiusa, os PMs encontraram duas porções de maconha no objeto arremessado. Em buscas na moto, localizaram, no compartimento embaixo do banco, mais cinco grandes porções, fato questionado pela defesa. Na residência de W., os policiais acharam mais 11 tabletes de maconha, porções de crack e R$ 2,3 mil em dinheiro.

O réu foi denunciado pelos crimes de tráfico e adulteração de sinal identificador de veículo. W. apresentou resposta à acusação, alegou que a busca pessoal realizada pelos PMs foi ilícita e levantou a dúvida com uma ilustração destacando a moto. “O banco do passageiro foi destacado em vermelho para chamar atenção quanto ao seu pequeno espaço, não sendo possível, pelas leis da física, acondicionar sequer um tablete dos que foram apresentados pelos policiais na delegacia, quem dirá cinco”.

Para a defesa, a versão apresentada é ilógica. “Os tabletes apreendidos possuem tamanho considerável, sendo impossível haver 5 deles no local indicado pelos policiais. Resta, portanto, cabalmente comprovada a inconsistência nas versões apresentadas pelos policiais militares quanto a localização de droga na motocicleta”, citou. A defesa também questiona a ação que levou os policiais até a residência de W..

Em despacho assinado no último dia 21 de julho, a juíza auxiliar da 3ª Vara Criminal de Limeira, Graziela da Silva Nery, manteve a prisão preventiva do acusado para a garantia da ordem pública – entre outros argumentos, ele é reincidente específico e tem maus antecedentes. A magistrada, contudo, atendeu o pedido da defesa para realização de perícia.

“De outro giro, defiro o pedido formulado quanto à realização de perícia técnica complementar a fim de que se esclareça se o compartimento localizado abaixo do banco do passageiro da motocicleta apreendida teria a capacidade de acondicionar a quantidade de entorpecentes que teriam sido apreendidos neste compartimento, conforme descritos em boletim de ocorrência”, diz o despacho.

O laudo da perícia será produzido e entregue posteriormente à Justiça. A juíza recebeu a denúncia do MP e tornou o acusado réu pelos dois crimes. A primeira audiência de instrução foi marcada para 18 de setembro próximo.

Foto: Pixabay

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