1 ano de Covid em Limeira: perdas, restrições, superação e mobilização pela saúde

Foi no dia 31 de março de 2020 que Limeira recebia a confirmação oficial dos primeiros três casos de Covid-19. Foi um dia marcante para a cidade, que já estava com a chegada da doença pelas confirmações que já ocorriam em diversas cidades da região. O primeiro caso confirmado no Brasil tinha acontecido pouco mais de um mês antes, em 26 de fevereiro, em São Paulo.

Ilustração de casos do dia 31 de março de 2020

Quando Limeira confirmou os primeiros casos, já tinha estabelecido um grupo técnico de trabalho, formado por médicos de todos os hospitais da cidade e representantes da Prefeitura, especialmente da Secretaria de Saúde, como lembra o secretário Vitor Santos. “Desde dezembro de 2019 estávamos acompanhando porque entendemos que da China para a Itália, e da Itália para São Paul, o vírus logo poderia chegar”. Foi avaliado aumento de leitos por causa das dificuldades respiratórias que a doença manifestava por onde passava.

Santos lembra que todos passaram pelas diferenças comerciais e se uniram para estruturar a Unidade de Referência Coronavírus (URC), que começou com 12 leitos de UTI e aumentou gradativamente conforme o avanço da doença. Em julho, Limeira atingiu o pico da primeira geração do vírus e toda a Humanitária foi ocupada para o atendimento, desta vez, com 41 leitos de UTI, sendo 32 novos especialmente criados para o tratamento de pacientes com Covid, mais 12 leitos de suporte ventilatório, além dos leitos clínicos, um Pronto Atendimento aberto, lembra o secretário. Foi neste momento que houve a primeira experiência com o Ambulatório de Referência Coronavírus (ARC), que depois da redução de casos, teve de ser remontada devido a segunda onda.

“Conseguimos superar a primeira etapa da pandemia, com assistência a todos que precisaram e sem precisar encaminhar pacientes para fora do município. Perdemos muitas vidas. Não tínhamos conhecimento de como essa doença era avassaladora”, conta. Mas, com a redução dos casos depois de julho, houve a expectativa de que a situação mais crítica já tinha passado, como aconteceu em todos os lugares.

A mutação

Ninguém esperava a mutação do vírus (P1) que, no Brasil, aconteceu primeiro em Manaus. Desde então, toda a região passou a sofrer também com esta segunda onda de contaminações – últimos dois meses. “É uma variante mais agressiva, que se multiplica muito rapidamente e também com impacto maior sobre os mais jovens”. A primeira onda afetava mais pessoas com idade acima de 60 anos e, agora, abaixo desta idade.

Momento mais trágico

Atualmente, diz o secretário, todos vivem o momento mais trágico da pandemia. Apesar da ampliação de leitos, a ocupação é máxima. A URC entrou na terceira semana seguida com 100% de ocupação dos leitos de UTI. Houve um momento da semana passada em que todos os leitos de UTI de todos os hospitais estavam ocupados.
Todos os dias têm sido confirmadas mortes. Em dois dias, na semana passada, foram confirmadas 20 mortes por Covid-19. As contaminações também seguem em velocidade preocupante.
O DJ mostrou no domingo a análise de especialista da Unesp sobre os casos em Limeira (veja reportagem).

Mais leitos de UTI

O secretário de Saúde também disse ao DJ que está aumentando a estrutura na URC, com mais 8 leitos de UTI e 5 de suporte ventilatório com a ajuda de empresários e de doação de Cordeirópolis.

A luz no fim do túnel

Para Vitor Santos, a esperança está na vacina que, em menos de um ano do surgimento da doença, já está sendo aplicada na população. Em Limeira, ele reforça que é seguido o Plano Nacional de Imunização, com prioridade aos idosos e profissionais da saúde, apesar da pressão de outros segmentos. O secretário diz que em algumas cidades o efeito da vacina já está sendo demonstrado com redução de internações.

Enquanto não há vacina para todos, os protocolos sanitários continuam fundamentais: distanciamento social, máscara, álcool e me gel. “Neste momento é preciso ter responsabilidade social. Há esperança. Estamos chegando próximos do fim deste túnel”.

Agradecimento aos que cuidam dos doentes

O secretário homenageou e agradeceu a todos os profissionais que se dedicaram e continuam nesta batalha: médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, profissionais da cozinha, da limpeza, administrativo e outros. O agradecimento também foi dirigido às entidades e instituições que se esforçaram para auxiliar neste enfrentamento e todos que, de alguma forma, contribuem para passar a crise sanitária mais grave.

Um ano depois, Limeira deve chegar aos 500 óbitos confirmados

A última atualização dos casos de Covid em Limeira é desta terça-feira (30). Ontem, o número de óbitos era 497 desde o início da pandemia e sete mortes suspeitas, que podem se confirmar ou não hoje.

Quando houve a divulgação dos três primeiros casos, ninguém imaginaria que ao confirmar 247 novos casos em 24 horas, como ontem, não seria mais tão impactante como foi há um ano com um número muito menor.

Até ontem, o total de casos confirmados de Covid era 24.211. Uma nova atualização deve ser divulgada por volta das 12h.

Última atualização de casos

Foto: Pixabay

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