Vereadora trans de Limeira faz dossiê contra ofensas: “me chamar de vereador não é crítica, é violência”

Primeira mulher trans da história a ser eleita vereadora na Câmara Municipal de Limeira, Isabelly Carvalho se cansou das ofensas que recebe. A parlamentar do PT anunciou que vai preparar um dossiê e encaminhar as informações às autoridades para investigação.

Isabelly fez o anúncio na noite desta segunda-feira (28/06), em suas redes sociais, no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. “Resolvi que não vou mais tocar pandeiro para transfóbico dançar”, escreveu.

A parlamentar relatou que vai montar um dossiê relacionando os perfis, nomes e URLs na internet que, conforme ela, insistem em deslegitimar sua identidade de gênero. A medida vai muito além de seus perfis nas redes sociais. Ela vai coletar as ofensas postadas em comentários de reportagens divulgadas pela mídia local.

O próximo passo, avisa ela, é levar tudo para o Ministério Público (MP) e as autoridades policiais. “Ignorar minha identidade de gênero e me chamar de ‘vereador’ não é crítica, é violência e, se não aprenderam no amor, aprenderão na justiça que travesti não é bagunça!”, declarou.

Ao DJ, ela diz que é muito comum, em comentários feitos em posts nas redes sociais, perfis geralmente fakes fazerem essa deslegitimação da identidade de gênero para desqualificá-la, bem como seu trabalho. “É recorrente isso, são vários perfis. Tomamos a decisão de catalogar um dossiê indicando os nomes que fazem essa violência. Por meio da Justiça, poderemos identificar essas pessoas que utilizam as redes sociais para cometer crimes. Queremos usar como exemplo de que a internet não pode ser a terra de ninguém. Criticar um vereador ou vereadora eleita é normal, mas desqualificar por meio de violência transfóbica, não é crítica. É violência por violência”, disse.

Como forma simbólica, Isabelly fez hoje uma live direto da Câmara, antes da sessão, cumprimentando os demais vereadores para mostrar a importância de lembrar a data por meio do diálogo, empatia e respeito à população LGBT.

Foto: Divulgação

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