Polícia de Limeira acha moto ‘furtada’, rastreia e descobre que vítima fez falsa comunicação de crime

Uma pesquisa rápida de placas por parte da Polícia Militar de Limeira revelou uma falsa comunicação de crime. Ao rastrear o histórico de vendas de uma moto que tinha queixa de furto, a Polícia Civil chegou ao homem que consta como suposta vítima – e descobriu que ele mesmo tinha vendido o veículo.

Tudo começou em 24 de março deste ano. Em patrulhamento pelo Parque Abílio Pedro, policiais militares avistaram uma moto que passou pela viatura e decidiram pesquisar as placas. Constataram que havia uma queixa de furto.

Os agentes decidiram abordar o piloto, que estacionou a moto em frente à sua residência. O rapaz, de 29 anos, disse que havia adquirido a moto havia mais de um mês e indicou o nome do vendedor – um homem que costuma “fazer rolos” com carros e motos. Relatou que pagou R$ 400 pela moto, apresentou documento e a chave aparentemente original.

A moto não aparentava sinais de ligação direta ou uso de mixa. Tinha a placa original e as numerações de chassi e de motor estavam intactas. Ou seja, não havia vestígio de furto. O motociclista alegou que não sabia da origem aparentemente criminosa do veículo e, antes de concluir o negócio, pesquisou para ter certeza da legalidade.

Na delegacia, foi identificado o nome do dono da moto que registrou boletim de ocorrência de furto, em fevereiro. Ele compareceu ao plantão policial e manteve o discurso de que a moto tinha sido subtraída. Ele não trouxe qualquer documento, nem as chaves da moto, alegando que havia deixado tudo em casa.

O rapaz flagrado com a moto apresentou à polícia “prints” da conversa mantida com o vendedor. As negociações começaram dois dias depois da queixa de furto.

O vendedor compareceu espontaneamente na delegacia e confirmou a versão do comprador. Disse que trabalhava na compra e venda de veículos e revelou ter adquirido a moto em questão, por R$ 3 mil, da suposta vítima do furto. Ao saber do desdobramento, procurou o dono original da moto, que enrolou e não explicou o motivo de ter registrado o boletim de ocorrência.

Em julho, a Polícia Civil relatou o inquérito. O veículo foi devolvido ao dono, que negou, mais uma vez, ter vendido a moto. O Ministério Público (MP) pediu a oitiva da pessoa que vendeu a moto ao investigado, agora, por falsa comunicação de delito. A Polícia Civil juntou ao processo documentos que indicam que a moto foi efetivamente vendida. Agora, o caso será avaliado pela Promotoria, já no âmbito da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Limeira.

Foto: Diário de Justiça

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