O Ministério Público (MP) de Limeira ofereceu à Justiça denúncia contra J.P.S., acusado pelo homicídio de Luan Henrique de Melo dos Santos. A vítima, de apenas 24 anos, morreu quando tentou intervir e socorrer a vizinha e seus filhos pequenos. O homem, que está foragido, também deve responder pelas agressões contra a companheira e duas crianças.
Os crimes aconteceram em 7 de maio de 2023, no Jd. Jequitibá. Após os fatos, J., de 43 anos, desapareceu. Ao oferecer a denúncia na sexta-feira (20/10), a promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti pediu a decretação de prisão preventiva de J., citando que é contumaz agressor de mulheres, tentando, inclusive, contato com a própria companheira após os fatos. Além disso, na condição de foragido, ele pode prejudicar a instrução do processo e cometer novos crimes.
O casal vivia na residência fazia um ano, junto com os três filhos pequenos da mulher, um deles cadeirante. Naquele final de tarde, todos voltavam a pé de uma confraternização familiar ocorrida numa chácara nas proximidades. O casal iniciou uma discussão, pois ela teria questionado ele se a ex-esposa viria buscar a filha, pois estavam sem carro. Nervoso e com raiva, J. aplicou um soco na companheira, que caiu ao chão.
Assustada, uma das crianças travou a cadeira de rodas do irmão e foi pedir ajuda aos vizinhos. J. a segurou pelos cabelos, deu-lhe um tapa nas costas e a derrubou também. Em seguida, pisou na mão da menina, causando ferimentos. O outro enteado tentou pedir ajuda e também acabou agredido.
Em seguida, a mulher se levantou e levou os filhos para dentro da casa. Neste momento, foi novamente atingida pelo companheiro. Nesse intervalo, a menina conseguiu pedir ajuda ao vizinho Luan que, acompanhado de seus familiares, foi até a residência ao lado.
Ao chegarem no local, J. saiu ao portão e questionou Luan: “Você é psicólogo?”. O agressor voltou à casa e pegou uma faca. Luan se armou com um pedaço de pau. Os dois entraram em luta corporal, quando Luan foi esfaqueado e morreu imediatamente. J. fugiu em seguida.
A promotora denunciou o homem por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa à vítima, já que ela tinha ido até o local apenas para apaziguar a briga). A acusação inclui, também, o crime de lesão corporal contra três vítimas – a mulher e as duas crianças. O MP pede que J. seja submetido a júri popular.
A denúncia e o pedido de prisão preventiva serão analisados pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Limeira, Rafael da Cruz Gouveia Linardi.
Foto: Pixabay
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