Justiça de Limeira ordena bloqueio de contas de fábrica de perfume; local tem princípio de incêndio

O juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Edson José de Araújo Júnior, determinou o sequestro de cinco contas bancárias pertencentes à empresa de perfumes falsificados alvo da Operação Água de Cheiro, que terminou com a prisão de seis pessoas e apreensão de milhares de produtos sem procedência na última terça-feira (09/06).

A decisão atende pedidos feitos pela Polícia Civil de Limeira e pelo Ministério Público. Onze empresas consideradas “gigantes” da perfumaria mundial, conforme revelado ontem pelo DJ (leia aqui), também pleitearam o bloqueio de dinheiro como forma de garantia para uma possível indenização. A fábrica fica no Parque Hipólito, em Limeira.

No pedido mais detalhado, os promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) estimam que o volume de produtos apreendidos – ainda em contagem – ultrapasse a marca de 1 milhão. “Além de existir uma quantidade de ‘arremedos de perfumes’ ora apreendidos e sem precedentes na história forense brasileira, há também no local produtos químicos que estão sendo analisados e outros cosméticos (gel, arnica etc), e estes fazem incidir no artigo 273 ora questionado pela douta defesa, não havendo notícias de qualquer autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para que tais artefatos ali fossem depositados”, citaram os promotores Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, Gustavo Luis de Oliveira Zampronha, André Camilo Castro Jardim e Alexandre de Andrade Pereira.

“O periculum in mora [perigo da demora] é evidente, já que concreto o risco de desaparecimento desses recursos caso eles não sejam bloqueados. Ressalto, por fim, ser cabível, o sequestro de quantia em dinheiro, nos termos do art. 132 do CPP, mediante simples bloqueio de recursos”, escreveu o magistrado.

O juiz também acolheu o pedido de sequestro dos veículos apreendidos na operação, entre eles a de pessoas que estavam fazendo a retirada de produtos na fábrica para posterior revenda. No pedido à Justiça, o delegado Leonardo Burger cita que, em análise prévia da documentação encontrada no local, havia grande movimentação financeira na empresa.

Princípio de incêndio

No início da manhã desta sexta-feira (11/06), houve um princípio de incêndio no prédio da fábrica que está interditada. Agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) que estavam no local perceberam a fumaça e acionaram o Corpo de Bombeiros.

Conforme apurado pelo DJ, as chamas provocaram danos no forro do imóvel e não chegaram ao andar de baixo, onde há escritório. Boa parte dos produtos inflamáveis, bem como dos perfumes, já tinha sido removida do estabelecimento.

O Ministério Público (MP) foi comunicado do incêndio, bem como a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública. Peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local para colher informações e vão elaborar um laudo sobre as causas do incêndio, que foi rapidamente controlado pelo Corpo de Bombeiros. A suspeita é que o início das chamas tenha ocorrido na fiação elétrica. A Polícia Civil registrou boletim de ocorrência.

Foto: GCM de Limeira

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