Everton chegou a Limeira com R$ 70  no bolso; eleito, vai defender a saúde

Retirante nordestino, já morou de favor na casa de parentes e chegou em Limeira por motivação acadêmica e profissional, com apenas R$ 70 no bolso.

Aos 38 anos, Everton Ferreira foi eleito ao cargo de vereador e, a partir de 1º de janeiro, ocupará uma das 21 cadeiras do Legislativo limeirense. Em entrevista ao DJ, ele descreveu como foi a trajetória até chegar ao posto.

Quem é o Everton Ferreira e qual sua trajetória?
Sou retirante nordestino e cheguei em Limeira no dia 17 de março de 2003 com apenas R$ 70 no bolso. Fui morar de favor na casa de alguns primos. Vim por motivação acadêmica e profissional.

Tentei trabalhar na Viação Rápido Sudeste em 2003 como lavador de ônibus e não fui contratado. A partir disto, decidi aprofundar minha vida nos estudos e buscar valores futuros.

Moro sozinho, tenho 38 anos, sou graduado em Gestão de Empreendimentos (Hotelaria), Fiz outras três MBAs, a última em Gerenciamento de Projetos.

Você vivenciou, no mesmo ano, uma pandemia inédita no mundo e uma campanha eleitoral vitoriosa. Como lidou com isso?
Foi muito difícil, uma preocupação imensa em me dedicar para que as pessoas tivessem o melhor amparo possível.

Sobre a campanha eleitoral, ela foi duríssima e eu estava apenas focado em obter o melhor resultado possível para, assim, me colocar à disposição dessa cidade que tanto me abraçou.

A pressão psicológica foi imensa, mas o aprendizado foi muito intenso!

Você trabalha na área de saúde pública, com convivência direta com a população. O que aprendeu com isso e qual história lhe marcou mais?
Aprendi que a saúde é o mais primordial de todos, pois, sem saúde, você não trabalha, não se diverte, não estuda e nem morre em paz.

O que mais me marcou foi uma vez em que atendi um munícipe em minha mesa, que estava indignado com a falta do seu medicamento no início de 2018. Ao tentar explicar que estávamos com um projeto com o qual não iria mais faltar medicamento, ele ficou ainda mais irritado e quebrou minha mesa, jogando as minhas coisas no chão, quebrando tudo.

Eu, pacientemente, deixei ele externar a raiva. Depois que ele quebrou tudo, pedi que ele sentasse novamente. Olhei para ele e perguntei se o que ele fez resolveu o problema da falta de medicamento e então ele começou a chorar.

Everton será um vereador cuja bandeira será saúde pública?
Sim, minha bandeira será saúde pública, mas não me fecharei para as outras áreas.

A saúde pública sempre é alvo de críticas da população. Como pretende ajudar no aprimoramento do setor estando na Câmara?
A sociedade é um organismo líquido que muda de forma a todo instante, e as demandas sempre se alternam. E como o Poder Executivo executa em cima das leis criadas, pretendo deixar o ambiente do poder Legislativo mais fluído, por meio de atualizações de leis, revogação ou criação.

Você fez fortes críticas ao atual vice-prefeito Dr Júlio durante a campanha eleitoral e, a partir de 2021, ambos estarão na mesma Casa, ocupando a mesma função. Como será isso?
As relações humanas, até em seu ambiente mais íntimo, inclusive familiar, são ásperas em alguns momentos. Acredito que todo o ocorrido foi pontual.

Embora eu o tenha criticado, fiz isso de maneira muito respeitosa e não quis ficar usando isso durante a campanha. Ele fez a campanha dele e eu fiz a minha.

Sempre mantive um respeito imenso por ele, e ele sabe disso. De minha parte, não há espaço para mais litígio. Meu respeito por ele continua e não acredito que teremos problemas na Câmara Municipal.

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