Eu em Brasília

Por Camila Duarte

Eu já estive em Brasília duas vezes: quando era adolescente, fui turistar com minha família e conheci um monte de coisas legais, entrei em museus, prédios públicos famosos, visitei monumentos, passei na Ponte JK… na época da faculdade, estive lá para me manifestar sobre a importância do diploma para atuação de jornalistas. Ambas foram experiências incríveis, mas não se comparam com o que aconteceu nesta virada de ano.

Eu e meus amigos fomos de carro, para conseguir aproveitar melhor a cidade. Chegamos no sábado e fomos direto para a Feira da Ponta Norte. Havíamos lido que se tratava de uma feira do MST que virou reduto de esquerdistas. Ali, vivenciamos um gostinho do que viria a seguir. Muita gente feliz, animada, vestida de vermelho.

Decidimos passar a virada no festival Viva 2023, no Eixo Cultural Ibero-americano, onde rolou show da Vanessa da Mata. Seguindo a tradição, fomos de branco. Eu imaginei que a artista seria impedida de fazer manifestações políticas, como já vi acontecer em outros festivais. Acontece que o evento era próximo ao estádio Mané Garrincha, onde as caravanas petistas estavam acampadas.

Resultou em um mar de gente de vermelho e numa grande celebração da vitória de Lula. Em meio aos fogos, a própria Vanessa puxou o hit “Tá na hora do Jair já ir embora”. Eu, meus amigos e a multidão fomos à loucura. Parecia um ritual de livramento de tudo de ruim que passamos nos últimos quatro anos. Pulando, dançando e gritando, demos as boas-vindas a um 2023 de esperança. Foi lindo.

No dia seguinte, partimos em direção ao Festival do Futuro. Minha mãe estava em casa morrendo de medo. Uma amiga me alertou para não mexer em mochilas abandonadas que podem conter bombas. Mas na Esplanada dos Ministérios não tinha medo, apreensão, explosivos, nada disso. Tinha muito amor, alegria, felicidade, esperança. Acompanhamos os ritos da posse pelos telões enquanto aguardávamos por comida em longas e demoradas filas.

Em um dia, vi mais apresentações de artistas que na minha vida toda, provavelmente. Todo mundo queria fazer uma participação, por pequena que fosse. Eu gritei, pulei, cantei, me emocionei, dancei, abracei, chorei. Eu estava perto o suficiente pra ver nosso presidente Lula, que deu uma passadinha pra nos cumprimentar e agradecer.

Nós é quem temos que agradecer. Obrigada, Lula! Obrigada por transformar Brasília na capital da esperança por um dia. Obrigada por mais uma vez ser nosso presidente, governando para todas e todos! Que venha 2023!

Camila Duarte é jornalista e mestra em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas pela Unicamp.

Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar

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