Covid-19: vacinação completa 1 ano em Limeira e ajuda evitar mortes em nova alta de contaminação

Limeira completa nesta sexta-feira (21) um ano do início da vacinação contra a Covid-19 com mais de 90% da população imunizada. O diretor de Vigilância em Saúde, Alexandre Ferrari, não tem dúvidas de que a cobertura vacinal é a responsável por menos mortes e internações de pacientes em meio a nova alta de contaminações atribuída, principalmente, à variante Ômicron.

Nesta semana, o DJ trouxe o depoimento da primeira vacinada em Limeira, Edina Vieira da Silva, técnica de enfermagem, que continua na linha de frente (leia aqui).

O marco de um ano de vacinação na cidade acontece em momento em que ainda surgem questionamentos sobre a eficácia da vacina, já que tem ocorrido internações de pessoas que foram imunizadas. O último balanço da Secretaria de Saúde de Limeira, anteontem, mostra que havia 36 internados e, destes, 13 estavam em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 23 em leitos clínicos. Desse total, 12 pessoas estavam vacinadas com duas doses e 10 com três doses. Sobre 11 pacientes, a pasta não encontrou o registro de vacinação. Três estavam fora da idade para vacinação.

Mas porque foram internados os que foram imunizados? Primeiro que, como reforça Ferrari, sempre foi esclarecido que a vacina nunca impediu que pessoas fossem contaminadas. O propósito dela é evitar a forma grave da doença, sobretudo mortes.

“Importante lembrar que, antes da imunização de mais de 50% da população, em 24 de junho do ano passado, quando chegamos no pico da pandemia em Limeira, havia 271 casos confirmados por dia e 7,6 óbitos por dia; 100% de ocupação dos leitos da URC por quase cinco semanas consecutivas, hospitais com reserva estratégica e por pouco não faltou leito, mesmo com todas as eletivas suspensas. Hoje, com a primeira, dose, há mais de 97% da população vacinada e mais de 91% vacinada com esquema completo, e estamos com alta transmissão. São 178,6 casos confirmados por dia, mas a média móvel de mortes está 0,6 por dia. Neste ano foram 4 óbitos. Os leitos não estão lotados. Havia [anteontem] 36 pessoas confirmadas e duas suspeitas. Com a vacinação, essa alta não trouxe sobrecarga ao sistema de saúde e não refletiu nos óbitos. Veja a diferença”, disse Ferrari.

Ele também ressaltou o estado clinico das pessoas. “No ano passado, grande parte da população que buscava atendimento médico estava em situação grave; com trombose nos pulmões, problemas nefrológicos, neurológicos, evoluindo rapidamente para internação e intubação. Não se compara com o estado clínico das pessoas hoje, que estão precisando de atendimento médico. De 80% a 90% que procuram as unidades de saúde e positivam para a Covid, estão em quadro leve”.

Para ele, não se compara a resposta da doença numa pessoa vacinada da não vacinada. “É consenso na comunidade científica, é consenso médico que uma pessoa vacinada tem muito mais chance de responder positivamente à doença do que uma pessoa não vacinada, muito menos chance de complicação. A vacina não impede a contaminação, mas dá melhor chance de não ter o quadro agravado pela doença. É o que está acontecendo”.

Além da variante Ômicron, que tem feito aumentar as contaminações, Ferrari lembra que há muitos casos gripais comuns. Houve baixa cobertura da vacinação de gripe porque, no ano passado, a preocupação durante a campanha foi com a Covid.

Sobre a vacinação infantil, iniciada nesta semana, Ferrari explica que a imunização de crianças já acontece desde o ano passado em mais de 30 países. “Nós, enquanto agentes de saúde, temos de confiar na nossa agência reguladora, que aprovou, o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde, que recomendou o uso da vacina em menores. Enquanto executores das políticas públicas do Estado, na ponta, temos de confiar. É consenso que a vacina é eficaz”.

A incidência é menor nas crianças por um sistema imunológico muito mais eficaz ativo, mas elas também se contaminam e podem morrer, diz ele. “Cada uma tem um estado de saúde. Já tivemos crianças internadas. De 0 a 9 anos, em Limeira, a taxa de contaminação é de 2,3% – mais de 1,1 mil. Sem contar que elas podem ser vetoras silenciosas e levar para adultos com comorbidades”.

Sobre o caso de Lençóis Paulista, onde houve suspeita de reação da vacina em criança, a relação do imunizante foi descartada após análises. A criança tinha uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico.

Ferrari alerta: “Não há outra estratégia no mundo para combater a pandemia que não pela vacinação, aliada aos cuidados básicos, como o uso de máscara, evitar aglomerações e higiene das mãos”.

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

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