O Tribunal do Júri de Limeira condenou A.S.R.S. a 25 anos de prisão pela morte da ex-companheira Micheli de Paiva Lima Goulart, que tinha 24 anos, após armar emboscada contra ela. O julgamento, que foi acompanhado por significativo público no salão do Júri, do Fórum Spencer Vampré, foi na tarde desta terça-feira (13).
Os jurados acolheram todas as cinco qualificadoras do crime: motivo fútil, meio cruel, emboscada que dificultou a defesa da vítima, em razão de ser mulher (feminicídio) e violência doméstica. Além do homicídio cinco vezes qualificado, a condenação também foi por ameaça contra outra mulher, já que a vítima estava acompanhada de uma amiga.
A pena teve atenuante pela confissão do réu. No interrogatório do Júri, ele acabou por relatar detalhes de um outro crime o qual também responde.
O crime contra Micheli aconteceu em 20 de outubro de 2020, pouco depois da meia-noite, quando vítima e a amiga deixaram um estabelecimento no Bairro dos Loiolas, na zona rural de Limeira. O réu aguardava Micheli no porta-malas de um carro.
Informações do processo descrevem que o casal tinha se separado, mas o homem não aceitava e fez ameaças de morte. O que chamou a atenção dos presentes no julgamento, e já tinha chocado quando o crime aconteceu, é que três dias antes da morte de Micheli, o homem postou em suas redes sociais imagens de facas com a descrição: “já que é para acabar, vamos acabar com tudo”.
As imagens fizeram parte do conjunto probatório para o julgamento, demonstrando a premeditação.
No dia do crime, Micheli estava com receio de encontrar o ex. Na hora de ir embora, um dos amigos ofereceu carona, mas ela preferiu ir com a amiga e não imaginavam que já eram aguardadas pelo réu.
Escondido no porta-malas, ele saiu e repentinamente atacou Micheli com golpes de faca. A amiga tentou impedir o crime, mas foi ameaçada. Enquanto golpeava a vítima, A. teria dito que se Micheli não fosse dele, não seria de mais ninguém. Foram 28 facadas. A mãe de Micheli conversou com ela por telefone pouco antes.
Na sequência, o homem fugiu, mas foi preso depois e o processo criminal contra ele seguiu até a pronúncia ao Júri, onde são julgados os casos de crimes dolosos contra a vida.
Ministério Público pela acusação e o advogado Alex Pelisson, pela defesa, fizeram as explanações por horas. O julgamento terminou no início da noite com a prolação da sentença pelo presidente do Tribunal do Júri de Limeira, juiz Rogério Danna Chaib.
Os presentes saíram cientes e intimados. Tanto Ministério Público quanto a defesa irão recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ). A acusação quer aumento da pena.
Deixe uma resposta