BRK diz que eliminador não funciona pela ausência de ar na rede de água em Limeira

Representantes da BRK Ambiental estiveram nesta terça-feira (28/09) na Câmara Municipal de Limeira para participar da reunião da comissão que analisa os serviços prestados pela concessionária BRK Ambiental e ARES-PCJ na cidade. Entre várias dúvidas apontadas pelos parlamentares, eles se posicionaram em relação ao dispositivo eliminador de ar.

Em Limeira, a Lei 5.649/2016 autoriza a instalação do dispositivo, mas, segundo vereadores, moradores têm reclamado que são obrigados pela BRK a retirá-los, sendo, inclusive, ameaçados de serem multados caso descumpram a notificação.

O gerente comercial da BRK, Giuliano Eduardo Bertagna, explicou que não é essa a orientação passada à equipe. Ele disse que há a notificação caso o dispositivo esteja instalado no cavalete, pois ele pode interferir na medição. Neste caso, a instalação é considerada uma irregularidade e o dispositivo deve ser retirado, mas que não deve haver ameaça de multa e sim notificação e orientação.

Ele também afirmou que o dispositivo não funciona como anunciado, pois em Limeira não há suspensões constantes no abastecimento e, por isso, não há ar na rede. Segundo ele, o equipamento atuaria apenas como redutor de pressão na água, o que gera a falsa impressão de diminuição na conta. A redução da pressão pode ser obtida fechando levemente o registro do cavalete, e não é necessária a aquisição de um equipamento para isso.

Ainda assim, Giuliano relatou que os moradores podem instalar o eliminador de ar dentro de suas residências, porém, afastado do cavalete.

Mau cheiro

Para iniciar os trabalhos, o presidente da comissão, Francisco Maurino dos Santos (Republicanos), o Ceará, citou a visita realizada pelo colegiado ao Jardim José Cortez, no último dia 22. A diligência foi realizada porque moradores reclamaram do mau cheiro proveniente da estação de tratamento de esgoto do bairro, principalmente no período da manhã.

O diretor de operações, Rodrigo Alves Dias, informou que a região concentra o tratamento de 70% do esgoto da cidade e a empresa utiliza uma tecnologia holandesa que lança bloqueadores de odores, mas que, diante da reclamação, podem analisar a necessidade de melhorar o serviço.

Qualidade do asfalto

Os vereadores Helder do Táxi e Waguinho da Santa Luzia questionaram os representantes sobre a qualidade do serviço de reparo do asfalto após manutenção na rede pela BRK. Ele citou que muitas vezes a conclusão do serviço de reparo demora alguns dias e que a irregularidade da via, enquanto o serviço não é concluído, pode causar acidentes, principalmente porque, em alguns casos, a sinalização da obra é retirada.

O diretor de operação explicou que, no passado, a BRK teve problemas de qualidade com as empresas que prestavam o serviço e que, por isso, decidiram que o reaterro seria executado pela própria concessionária. “Uma equipe prepara a base depois da prestação do serviço e a empresa contratada coloca a massa asfáltica”, disse Rodrigo. Segundo ele, essa estratégia visa melhorar a qualidade do serviço.

Despejo irregular de esgoto

Outro assunto abordado foi quanto à possibilidade de descarte irregular de esgoto no bairro dos Pires. O vereador Ju Negão falou sobre a reclamação recorrente de um morador da região que afirma que sempre, em dias de chuva, acontece o descarte de esgoto no Ribeirão dos Pires.

De acordo com Rodrigo, no início do ano houve sobrecarga na estação de tratamento devido ao alto volume de chuvas na época e houve um escape, mas que devido à diluição do esgoto, isso não causou contaminação do ribeirão naquele período e que a situação foi pontual. O diretor operacional explicou que ocorre, no local, uma poluição difusa causada pelas chuvas, que quando caem nos telhados ou no asfalto acabam levando a sujeira para o rio, por isso a aparência de água suja.

Rodrigo também disse aos parlamentares que um grupo foi montado pela concessionária em 2019 e atua até hoje fazendo varredura em todas as empresas da região para verificar se há descarte irregular de esgoto e que todas as irregularidades encontradas foram autuadas.

Odor e coloração da água

A vereadora Tatiane Lopes reclamou que, nos dias 14 e 15 de agosto, percebeu um odor de cloro muito forte na água, que durou cerca de uma semana, e que foi informada por munícipes que o problema aconteceu em diversos bairros da cidade.

Rodrigo afirmou que o problema pode ter acontecido porque a partir do mês de julho a vazão do rio Jaguari diminuiu, por causa da estiagem, aumentando a concentração de nitrogênio amoniacal, um tipo de poluente, e que para entregar a água com potabilidade foi necessário aumentar a quantidade de produtos químicos para o tratamento.

Atendimento

O vereador Helder do Táxi reclamou do atendimento prestado pela empresa aos cidadãos e também aos parlamentares, quando buscam informações, e pediu que a empresa melhore a qualidade deste serviço. Os representantes se colocaram à disposição para estreitar o contato com os vereadores.

Foto: Câmara de Limeira

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