Vereadores de Iracemápolis decidem paralisar pauta até Prefeitura apresentar proposta para água

Os vereadores da “bancada independente” da Câmara de Iracemápolis, que inclui Claudinho Cosenza (PSDB), Jean Ferreira (Cidadania), William Mantz (Podemos), Alaílson Rios (PSD), Carlos Eduardo de Souza Silva (PV), o Payuka da Música, e Valdenito Almeida (PDT), decidiram nesta segunda-feira (7) que não apreciarão mais nenhum assunto no Legislativo enquanto a Prefeitura não apresentar projeto com política pública para o saneamento da cidade.

O único item que será deliberado pelos vereadores é o referente ao funcionalismo público. Na noite desta terça-feira (8), haverá assembleia dos servidores sobre a nova proposta de reajuste apresentada pelo Executivo e, caso haja acordo, um projeto de lei será encaminhado à Câmara. A proposta será deliberada, informa o vereador Claudinho, mas vai parar por aí, de acordo com ele. “Não temos mais o que fazer. Tudo o que estava ao nosso alcance, fizemos, como requerimentos, indicações, ofícios. A população nos cobra dia e noite. Agora, enquanto não houver uma política pública eficiente, não haverá andamento de outros temas na Câmara”.

A iniciativa foi do vereador William Mantz, que apresentou a ideia aos outros vereadores da bancada e foi aprovada por unanimidade antes de iniciar a sessão ordinária de ontem. A decisão foi apresentada no plenário.

Ao DJ, Mantz lembrou que quase no final de 2019, houve proposta para concessão do serviço à Sabesp, que fez estudo, assim como a BRK, que na época era Odebrecht. De acordo com ele, a cidade quase conseguiu ter a Sabesp, mas por questões do marco regulatório, que estava sendo aprovado na mesma época, foi resolvido rejeitar a ideia porque a Sabesp tem o seu valor fixo de valores e teria que ter licitação. “Então, se aprovássemos um projeto daquele havia o risco de mudar tudo. No governo que sucedeu, o assunto foi discutido, mas nada resolvido”.

Mantz ainda disse que os vereadores têm pedido a administração municipal que direcione o que quer fazer com o saneamento de Iracemápolis. “Autarquia? Empresa pública? Eu sou contra os dois modelos. Na minha opinião, deve ser como Limeira, que tem contrato e este deve ser seguido. Tudo isso por meio de licitação. A que apresentar menor custo e maior investimento, vence. É novo modelo de contrato que tem dado certo em vários lugares”.

Para ele, é inadmissível ficar totalmente sem água por cinco dias, como um caso que chegou até ele. “A população sofreu muito nesta última semana. E tem água na represa para ser tratada. Por isso, resolvemos entrar em obstrução até direcionar uma solução em que poderemos auxiliar para ajudar a população o mais rápido possível”, finalizou Mantz.

A obstrução de pauta está prevista no regimento, disse Claudinho, mas é a primeira vez que o Legislativo local recorre a ela. Os vereadores desta bancada são maioria.

Os iracemapolenses viveram dias difíceis com falta de água e, em alguns dias, com odor e cor estranhos.

O DJ questionou a Prefeitura, que se manifestou por meio de nota: “O município de Iracemápolis tem trabalhado de forma intensa e técnica visando soluções definitivas para o problema da água, que preocupa a população há muitos anos”, finalizou.

Foto: Diário de Justiça

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