Região de Limeira enfrenta sérias dificuldades para encontrar kit intubação

É um problema grave generalizado a dificuldade de encontrar no mercado o kit intubação, necessário para os casos graves de internação, e a região de Limeira também está sofrendo. Os insumos são utilizados em qualquer paciente grave, principalmente os que vão para UTI, mas o uso aumentou de forma substancial com o agravamento da pandemia, pois os doentes têm sérias dificuldades respiratórias e necessitam muitas vezes ser intubados.

Os municípios até conseguiam fazer a compra direta de laboratório, mas no mês passado o Ministério da Saúde determinou o encaminhamento de todo o estoque para fazer a distribuição a todo o Brasil. O controle tem sido feito principalmente pelo governo federal, o que tem dificultado a compra direta dos municípios por falta no mercado.

O drama da falta de kit intubação foi falado em coletiva do governador João Doria na tarde desta quarta-feira (17), que mencionou 9 ofícios ao Ministério da Saúde alertando sobre a gravidade da situação do Estado de São Paulo.

“Desabastecimento é gravíssimo”

Em nota, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo – Fehosp, disse que o desabastecimento do kit intubação é gravíssimo. A federação realizou um levantamento nesta terça-feira (13) junto aos hospitais filantrópicos do Estado – cerca de 300 associados – e alertou para a gravidade do desabastecimento de anestésicos e medicamentos do kit. Os mais de 160 hospitais que responderam ao levantamento apontam que os estoques de anestésicos, sedativos e relaxantes musculares têm, em média, de 3 a 5 dias de duração e que começam a ficar escassos também os antibióticos.

Em contato com mais de 22 fornecedores nas últimas 24 horas, os hospitais não encontraram possibilidade de compra. “A Secretaria estadual tem ajudado, mas também não está conseguindo grandes volumes. Estamos batalhando por importações que estão sendo lideradas pela Confederação das Santas Casas, mas os estoques no exterior também não estão disponíveis e tememos pelo pior. Se o volume de internação não cair rapidamente, não conseguiremos repor os estoques e será uma situação trágica”, alerta o presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

Limeira, Cordeirópolis e Iracemápolis

Até a publicação desta reportagem, a Prefeitura de Limeira não informou sobre a atual situação do kit intubação. Em entrevista anterior, o secretário Vitor Santos falou da dificuldade e que os municípios têm se ajudado.

O assunto também foi tema de reunião entre representantes da Prefeitura de Limeira com o promotor de Defesa da Saúde Pública, Rafael Pressuto. Ele disse que acompanha esta situação e que, até ontem, não houve relato de pacientes que sofreram com a falta dos medicamentos. “É um problema nacional, e preocupa”, disse o promotor. Limeira tem mantido contato com laboratórios e buscado auxílio do Estado e União.

Em Cordeirópolis, a secretária de Saúde, Jordana Cassetário Gardezan, confirmou a dificuldade de encontrar o kit intubação e informa que o município já fez um cadastro junto ao Estado e governo federal, mas até o momento não chegou nada. Ela cita a maior dificuldade em encontrar sedativos, mas afirma que a equipe tem se desdobrado e conseguido comprar sem comprometer os pacientes.

Em Iracemápolis, a Coordenadoria da Saúde ressalta a dificuldade nacional do kit intubação e diz que a cidade ainda está em processo de credenciamento. Por isso, não recebe os kits dos entes federativos superiores.

Os leitos para pacientes graves foram instalados há pouco mais de um mês e, quando necessário, Iracemápolis recebe doação e ajuda de hospitais como Santa Casa e Humanitária, que são a referência pactuada.

Foto: Agência Petrobrás

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