População paulista faz mais atividades físicas após a pandemia

por Irineu Barreto e Ida Bismara

Em tempos pós-pandêmicos, a realização de atividades físicas tem sido uma importante fonte de bem-estar para a vida das pessoas. Além dos seus inúmeros benefícios, como a redução do risco de desenvolver doenças associadas à obesidade ou comportamento sedentário, a prática é considerada um antídoto ao estresse e à ansiedade.

Pesquisas recentes indicam que a atividade física melhora a qualidade do sono, a aprendizagem, reduz sintomas depressivos, previne e diminui a mortalidade por doenças crônicas como pressão alta e diabetes, melhora a força, equilíbrio, flexibilidade e proporciona socialização e convivência.

Um estudo realizado pela Fundação Seade mapeou como estão os hábitos físicos da população paulista. Foram realizadas 7.547 entrevistas na primeira tomada (agosto de 2019) e 6.008 na segunda (agosto de 2023). Quanto aos resultados, em 2023, em todo o estado de São Paulo, 56% praticaram atividades físicas no último mês , um aumento de 17 pontos percentuais em relação ao apurado na pesquisa de 2019 (39%). Uma descoberta positiva, que sinaliza redução do sedentarismo entre os residentes no Estado. No entanto, 44% da população se mostrou refratária à prática. Entre as motivações alegadas para a não adoção estão problemas de saúde (34%), seguidas por falta de tempo (31%), inexistência de local para atividades físicas (15%), não gostam (8%) e outros motivos (12%).

Em contrapartida, houve redução da proporção de pessoas que alegaram não ter onde realizar essas atividades, diminuindo de 28%, em 2019, para 15%, em 2023. Os segmentos de menor faixa de renda são os que mais mencionam essa ausência (20%).

Já o maior índice da prática foi detectado entre os mais jovens. Neste recorte, destaque para a faixa de 30 a 44 anos (64%), que aumentou a participação em 23 pontos percentuais em relação à tomada anterior. Outra revelação importante é que, conforme aumentam a escolaridade e o nível de renda familiar dos respondentes, a atividade física também é mais regular.

Sobre a disponibilidade de instalações para atividades físicas no bairro da residência – parques, praças, academias ao ar livre ou quadras públicas de esportes – os dados indicam que 53% da população percebeu essa existência, acréscimo de 6 pontos percentuais na comparação com 2019. Respondem por 31% da população paulista aqueles que avaliaram como suficientes as instalações para realização de atividades físicas no bairro em que residem. Por outro lado, a parcela que demonstrou maior percepção de insuficiência é composta por pessoas com idade entre 30 e 44 anos.

Falando em regularidade, entre os praticantes, 80% realizaram atividades físicas duas ou mais vezes por semana, em 2023, incremento de 14 pontos percentuais na comparação com 2019, sugerindo aumento da percepção em relação aos seus benefícios para a saúde e prevenção de doenças. Convidamos os leitores a acessarem a íntegra do estudo no site da Fundação Seade (seade.gov.br).

Irineu Barreto e Ida Bismara são analistas de Pesquisas da Fundação Seade

Foto: Pixabay

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.